À medida que a colheita de trigo se aproxima do final no Brasil, a baixa qualidade desta temporada fica mais evidente. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indica que, além de prejudicar a rentabilidade do triticultor, esse resultado pode motivar produtores a optarem por outras culturas em detrimento do trigo nas próximas temporadas.
Para os compradores, a baixa qualidade do cereal brasileiro tende a elevar as importações, encarecendo os custos de moinhos devido ao câmbio. Segundo dados divulgados na semana passada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de trigo deve totalizar 6,23 milhões de toneladas, 6% inferior ao volume indicado pela Companhia em outubro. Quanto à comercialização, produtores paranaenses continuam vendendo somente o necessário para pagamentos de despesas de curto prazo, no aguardo de novas altas nos preços.
Já no Rio Grande do Sul, há pouco interesse de compra por parte dos moinhos, devido às dificuldades de encontrar o produto com as características exigidas para panificação. Segundo colaboradores do Cepea, muitos moinhos, inclusive, estão devolvendo os lotes adquiridos que foram para as análises. Além disso, com a paralisação dos caminhoneiros no início da semana passada, muitos moinhos estiveram aguardando o desfecho das manifestações para então efetuar novos negócios.