Baleia franca encalha no litoral de Santa Catarina

Biólogos e veterinários avaliam novas formas de sacrificar o animalNovas formas de sacrificar a baleia franca encalhada na Praia de Itapirubá, em Laguna, litoral sul de Santa Catarina, estão sendo analisadas por um grupo de biólogos e veterinários. O procedimento deve envolver a aplicação de medicamentos.

A primeira tentativa de eutanásia aconteceu na sexta-feira, quando o animal recebeu altas doses de sedativos e relaxantes. Segundo o Projeto Baleia Franca, que está monitorando o mamífero, o grupo de biólogos da operação está se aconselhando com especialistas de outros países para definir se o ideal é esperar pela morte natural e levar adiante a ideia de uma nova intervenção.

A baleia, que tem 15,80 metros de comprimento e pesa cerca de 50 toneladas, encalhou há seis dias. No sábado, o mamífero apresentou uma baixa na frequência respiratória, que desde então se manteve estável.

Durante a semana, avaliou-se a possibilidade de rebocar o animal de volta ao mar, mas um laudo técnico da Marinha considerou que o resgate poderia causar lesões irreversíveis na baleia.

Por enquanto, voluntários seguem estão cuidando do mamífero, mantendo a pele hidratada para evitar feridas em função do ressecamento.

Cronologia

 
Terça-feira, 7 de setembro. A Polícia Militar Ambiental recebe pela manhã a informação de um pescador de que uma baleia franca encalhou na praia, em Laguna. Pesquisadores começam a monitorar o animal e tentam fazer o resgate, sem sucesso.


Quarta-feira, 8. Especialistas buscam um rebocador para tentar remover o animal da areia. Cerca de cem pessoas, entre curiosos, ICM Bio, polícia e projeto Baleia Franca vão ao local para acompanhar o resgate, mas o mar agitado dificulta os trabalhos. Depois de mais de 24 horas de encalhe, o animal fica com a saúde cada vez mais debilitada e apresenta frequência respiratória lenta. O local é isolado, e os especialistas passam a cogitar a eutanásia, se as tentativas de resgate não derem certo.


Quinta-feira, 9. A baleia franca encalhada apresenta sinais de exaustão. Para evitar que o animal fique desidratado, especialistas jogam água sobre o corpo do mamífero. Eles se esforçam para resgatar o animal, mas a operação se mostra complicada pela localização da baleia. O uso de rebocadores é descartado, porque os barcos não conseguiriam chegar próximo o suficiente do local onde a baleia está. Diminuem as chances de sobrevivência do animal, que mede 15,80 metros e pesa entre 40 e 50 toneladas.


Sexta-feira, 10. Há dias lutando para resgatar a baleia, os especialistas verificam que o animal continua em estado de choque. O mamífero não se move mais e apenas respira. Voluntários recolhem a água do mar com baldes para jogar sobre o corpo do animal e evitar o ressecamento da pele. O sacrifício da baleia é visto como a única alternativa para evitar que o animal agonize por mais tempo na praia, até morrer. Os especialistas, após esgotarem as possibilidades de resgate, decidem pela eutanásia. No começo da noite, são aplicados os medicamentos.


Sábado, 11. Mesmo recebendo uma alta dose de medicação, a baleia ainda resiste e agoniza na praia. A resistência do animal surpreende os especialistas, que monitoram o mamífero. Sem mais alternativas, a equipe segue cuidando da baleia e aguarda a morte natural do animal. 

RBS TV divulgou neste sábado imagens da baleia:

Vídeo mostra tentativa de resgate: