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Brasil deve aumentar a importação de trigo

Produto deve chegar mais caro no país por conta do câmbio e das cotações no mercado internacionalNa última safra, o Brasil esperava aumentar a produção de trigo, mas as chuvas comprometeram as lavouras do Rio Grande do Sul. Por esse motivo, moinhos brasileiros devem aumentar as importações de trigo. O produto deve chegar mais caro no Brasil por conta do câmbio e das cotações no mercado internacional.

Em São Paulo, 50% do trigo comprado pelo Moinho Belarina, em São Paulo, vem do Paraná, a outra metade é importada. Os países do Mercosul eram os principais fornecedores, mas às restrições feitas pela Argentina, no ano passado, obrigaram a indústria a buscar o mercado americano.

Com impostos e taxas, o trigo americano chega ao Brasil custando até 25% a mais que o trigo Argentino. A tonelada no país vizinho custa, hoje, R$ 850 a mais do que os R$ 1.050 dos Estados Unidos.

– No ano passado, nosso maior problema foi à restrição da Argentina, que aumentou muito os custos do moinho. Espero que diante da alta de produção no país vizinho, o governo argentino libere o comércio – diz o CEO da Belarina, Gonzaloo Correa.

O Brasil sempre precisou importar trigo para atender a demanda interna que, atualmente, é de 12 milhões de toneladas. Por causa da quebra da safra do Rio Grande do Sul, a indústria brasileira vai precisar importar ainda mais o grão produzido no exterior. No ano passado foram importadas 5,900 milhões de toneladas. Este ano a estimativa é para 6,5 milhões.

Dois fatores impactam nas cotações do cereal: a valorização do dólar e as restrições de vendas feitas pela Rússia, importante produtor mundial. Isso fez o preço do trigo subir no mercado internacional, mesmo com a oferta em alta. A previsão do Conselho Internacional de Grãos para a safra global 2014/2015 é um recorde de 717 milhões de toneladas de trigo.

– A safra mundial está dentro da estimativa, mas a Rússia fez restrições de vendas, como consequência, o preço do trigo subiu no mercado internacional. Além disso, a desvalorização do real aumenta o custo – diz o presidente da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, Nelson Montagna.

O trigo representa 75% dos custos de produção da farinha, os outros 25% são mão de obra, sacaria, energia e transporte. Para os moinhos da região Nordeste, por exemplo, é mais barato se abastecer com trigo americano do que o produzido no Paraná.

– A quebra no Rio Grande do Sul foi bom para o produtor paranaense, que viu o preço reagir – afirma Montagna.

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