A colheita de trigo no Paraná atinge nesta semana 49% da área plantada, acima da média para o período que é de 41%.
– Reflete os efeitos do veranico de agosto, quando o prolongado período quente e seco antecipou o ciclo da cultura e reverteu a tendência de atraso – disse Hugo Godinho, analista do mercado de trigo do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado.
Em relatório distribuído nesta quarta, dia 23, ele diz que a produtividade, ao contrário do esperado, não aumentou no último mês. Por causa das chuvas em julho, lavouras apontam perdas de até 20%.
– De maneira geral, estimam-se perdas de 10% no Estado, em média, com a produção reduzida a 3,6 milhões de toneladas contra os 4 milhões inicialmente projetados – diz.
Ainda de acordo com Godinho, por enquanto as chuvas não chegam a provocar problemas para a colheita.
– O maior volume de precipitações previsto para o final do inverno não se confirmou – disse.
O analista destaca o interesse maior na compra da safra. Antecipadamente produtores haviam negociado 172 mil toneladas e nos últimos dois meses mais 442 mil toneladas, totalizando 614 mil toneladas. O preço médio em agosto foi de R$ 33,59/saca, abaixo dos R$ 34,99, valor mínimo de garantia fixado pelo governo.
– Este número é superior ao registrado no mesmo período da safra anterior (292 mil t) e a média dos últimos cinco períodos (251 mil t). Se convertido em dólar (dia 15), o valor fica em US$ 161,15 (a tonelada), 29% abaixo da principal referência argentina (US$227 FOB Up River) – destaca Godinho.