Comitê acompanha pedidos de perícia das lavouras por causa da seca no Paraná

Novo levantamento das perdas deve ser divulgado na próxima semanaComitê criado pela Secretaria de Agricultura do Paraná deve se reunir uma vez por semana para acompanhar a comercialização da safra de verão e os pedidos de perícia das lavouras prejudicadas pela seca. O Departamento de Economia Rural (Deral) deve divulgar um levantamento atualizado dos estragos na próxima semana. Os pedidos de perícia das lavouras já começaram. A situação é pior nas regiões oeste, centro e noroeste do Estado.

Para a maioria dos produtores resta a aprovação do seguro, mas boa parte ainda tem esperança que a chuva ajude a soja mais tardia ? plantada em novembro e dezembro.

Dos 140 hectares da lavoura de milho, o produtor Osvaldo Dante, de Cambé, no norte do Paraná, deve colher só a metade. O custo do plantio ? R$ 1,5 mil por hectare ? foi torrado pelo sol. Ele já acionou o seguro da área.

A primeira soja do produtor, plantada no início de outubro, também sentiu a estiagem. A perda deve ser de 15%, em média. Mas o técnico da Emater que atende o agricultor comparou e constatou que, apesar de poucos dias mais jovem, a planta, mostra um potencial produtivo bem melhor. A florada promete um bom enchimento de grão, se chover na hora certa na região.

Instituições ligadas à agricultura no Paraná calcularam que dos 80 mil contratos de financiamento de custeio para a safra de verão, pelo menos 20% devem parar no setor de seguro dos bancos.

Conforme o Deral, 54% dos quatro milhões de hectares de soja do Paraná foram plantados em outubro. Os 46% restantes da área foram semeados entre novembro e dezembro, e podem salvar o bolso do agricultor. Escalonar a propriedade e usar variedades diferentes são estratégias para controlar riscos e reduzir prejuízos, principalmente por causa do clima. O mesmo cuidado deve ser tomado no plantio da safrinha, que começa no fim do mês.