O mercado se tornou viável graças à regulamentação oficial, por parte do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), e o registro dos clones emitidos pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).
A clonagem acontece em laboratórios. Da vaca vem o oócito ? material reprodutivo feminino que fica maturando durante 24 horas. Depois, o núcleo genético do óocito é retirado e substituído pela célula do animal que vai ser copiado.
Em seguida, inicia-se a reconstrução do óvulo. Através de corrente elétrica, é feita a fusão dos materiais. Depois de sete dias, o embrião pode ser implantado nas barrigas de aluguel.
Atualmente, quatro laboratórios oferecem o serviço de clonagem no país. Um deles, com sede em Uberaba (MG), é fruto de parceria público-privada com a Embrapa. Na fazenda, nasceram 10 clones desde outubro do ano passado.
A clonagem sempre foi um tema polêmico. A homologação do regulamento do Mapa só foi oficializada em maio do ano passado. Agora, com os critérios definidos no mercado, a biotecnologia está mais atrativa, principalmente para a pecuária de seleção.
O pesquisador especialista em reprodução animal Rodolfo Rumpf estima que, hoje, cerca de 150 animais clonados estejam no mercado. O pioneiro da área no país, no entanto, afirma que ainda falta melhorar os índices da clonagem, que são considerados baixos. A cada 100 embriões femininos, de um a cinco sobrevivem. No caso de touros, a situação melhora um pouco: o resultado positivo fica entre 10 e 12 clones a cada 100 embriões.
A ferramenta está servindo de suporte para conservação e melhoramento genético. Um projeto de lei, que está tramitando no Congresso, vai reforçar o uso das novas tecnologias de multiplicação genética.