? Estou aqui [em Porto Alegre] e daqui vou pra Davos outra vez, igualzinho a 2003. Tenho a consciência de que Davos já não tem mais o glamour que eles pensavam que tinham em 2003. O sistema financeiro já não pode desfilar como sendo o modelo exemplar de gerenciamento porque acabou de provocar a maior crise mundial dos últimos anos ? disse.
Para uma plateia de mais sete mil participantes do FSM, a maioria sindicalistas e representantes de movimentos sociais, Lula disse que dessa vez vai a Davos com outra missão.
? Quero mostrar que se o mundo desenvolvido tivesse feito a lição de casa em economia, a gente não teria tido a crise ? afirmou, ao criticar o que chamou de irresponsabilidade na condução do sistema financeiro.
Lula disse que em 2003, durante o FSM em Porto Alegre, se viu “angustiado” diante de uma faixa que cobrava o rompimento do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e que dessa vez vai a Davos mais aliviado.
? Não apenas não devemos mais, como agora são eles nos devem US$ 14 milhões que emprestamos para eles.
O presidente, que vai receber em Davos o prêmio de Estadista Global, disse que vai aproveitar a oportunidade para dizer aos que tinham medo de que um torneiro mecânico não tivesse qualificação para governar que sua gestão foi a que “mais construiu universidades e escolas técnicas” em 500 anos de história do Brasil.
Em Davos, Lula receberá o prêmio na quinta, dia 28, e na sexta fará um discurso em que deverá voltar a defender a urgência de uma reforma do sistema financeiro internacional.