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Dólar deve impulsionar exportações de derivados do trigo, projeta indústria

Durante congresso da cadeia produtiva, setor estima melhora nas negociações internacionais após um 2015 abaixo do esperado

Fonte: Pixabay/Divulgação

A ampliação das exportações de farinha e derivados de trigo produzidos no país ainda é um desafio para o setor. A cadeia produtiva busca melhorar a agenda de negociações para 2016 e espera que o real torne os produtos brasileiros mais competitivos para vendas ao exterior.

Potencial para crescer existe. O Brasil é o maior exportador de panetone do mundo, mas é o biscoito, processado com trigo brasileiro, o mais vendido. Só em 2014, os embarques dos derivados do cereal somaram US$ 100 milhões, com 45 mil toneladas comercializadas.

“Nós representamos três categorias de produtos. As massas são muito baratas, então é mais difícil exportar o macarrão. No caso dos pães, nós temos o problema de uma vida útil curta. O biscoito acaba sendo a nossa grande oportunidade. Nós já exportamos biscoito para 80 países e esperamos aumentar no próximo ano”, explica o presidente Associação Brasileira das Indústrias que produzem derivados (Abimapi), Cláudio Zanão.

Apesar de já ter conquistado espaço no mercado latino-americano, entidades da indústria do trigo apresentaram nesta terça, dia 20, no 22º Congresso Internacional do Trigo, um programa de ampliação das exportações de processados derivados do cereal. “Nós vamos trabalhar principalmente na América do Sul, com Peru, Chile e Colômbia. Vamos trabalhar na América do Norte, com Estados Unidos e também na África do Sul”, projeta Zanão.

Outra aposta do setor para aumentar as exportações é o aumento da competitividade dos produtos brasileiros com a desvalorização do real. Assim como outras commodities agrícolas, que são beneficiadas com a alta do dólar, o ano de 2016 deve ser bom para negociações internacionais com os derivados de trigo do país. “Principalmente para a abertura de novos mercados. Atualmente é muito concentrado na América Latina e África, mas existe a possibilidade de vender para países mais desenvolvidos”, afirma o vice-presidente do Conselho da Associação Brasileira das Indústrias do Trigo (Abitrigo), João Carlos Veríssimo.

Relações estreitas

O Paraguai, um dos principais vendedores de trigo para o Brasil, é também um parceiro na hora de comprar o biscoito e macarrão feito no país. Para o presidente da União dos Exportadores do Paraguai, Raul Valdéz, a parceria tem sido cada vez mais estreita. “Nós somos um mercado muito importante para o Brasil, basicamente importamos produtos como macarrão e biscoitos. A qualidade do produto brasileiro nós já conhecemos e ajuda a fortalecer nossa clientela familiar”, comenta o dirigente.

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