Com o futuro calado, o porto estará entre os mais profundos do Brasil e dos países vizinhos. Privilegiado por sua localização estratégica, deverá ampliar a sua condição de porto concentrador de cargas. Além disso, o único porto marítimo do Rio Grande do Sul deverá aumentar suas operações, projetando para 2015 uma movimentação de 50 milhões de toneladas ? o que representa duplicar o volume atual de cargas.
A profundidade do porto passará dos atuais 14 para 18 metros no canal externo (fora dos molhes da Barra), e de 14 para 16 metros no canal interno (entre os molhes e o píer petroleiro). Serão dragados 16 milhões de metros cúbicos, com aplicação de R$ 196 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados ao Programa Nacional de Dragagem (PND) instituído pela SEP. A previsão do início das obras é de 45 dias a contar da assinatura do contrato.
Com o aprofundamento, os navios de contêineres de grande porte (pós-panamax) que atualmente operam em Rio Grande e não utilizam sua capacidade máxima devido ao calado poderão completar sua carga, reduzindo significativamente os custos de frete. Além disso, com um calado maior, o porto terá condições de se habilitar para captar, concentrar e tratar cargas oriundas da Bacia do Prata, como grãos da Argentina, Paraguai e Bolívia, minério de Mato Grosso do Sul e da Bolívia, madeiras do Uruguai, e contêineres da Argentina, Uruguai e Paraguai.
O superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, que esteve nesta semana participando de reuniões em Brasília, comemora a notícia.
? O bom momento que o porto vive, com novos investimentos públicos e privados, está sendo completado com a assinatura desse contrato. Ele será colocado em um novo patamar frente aos portos mundiais ? salienta.
Segundo representantes das duas empresas envolvidas, a draga Juan Sebastián de Elcano, que irá realizar as obras, é a maior em operação da América Latina. O equipamento se encontrava em Omã, no Oriente Médio, e já está se deslocando para o Brasil.