O estudo foi apresentado na semana passada, pela Fundação Pró-Sementes e Sistema Farsul, em Porto Alegre. Com o objetivo de auxiliar os produtores rurais a tomarem a melhor decisão quanto ao material que vai utilizar na próxima safra, de acordo a região de sua lavoura, o ECR tem os resultados do último ano e de anteriores publicados no site.
O diretor financeiro e coordenador das comissões de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, recomenda que os produtores, além de observarem os resultados mais recentes, também comparem com os antigos.
– Às vezes, o melhor não é pegar a cultivar com maior rendimento em 2014 na sua região, mas investir na que se mantém no topo por vários anos – diz Rodrigues.
Na safra de trigo de 2014, foram definidos sete pontos de ensaio no Estado: São Luiz Gonzaga, Santo Augusto, Cachoeira do Sul (três regiões moderadamente quentes, úmidas e baixas), São Gabriel, Cruz Alta, Passo Fundo e Vacaria (regiões frias, úmidas e altas). Em cada local, cada variedade ocupa três parcelas – canteiros de 5mx1m, onde é plantada apenas uma cultivar.
Além do rendimento médio das cultivares em diferentes regiões, são avaliados a data de espigamento e de maturação do trigo, a altura da planta e a reação ao acamamento. Na fase de pós-colheita, são medidos ainda a produtividade e o pH do material, único parâmetro de qualidade observado no estudo. Os experimentos são conduzidos em duas épocas de semeadura, com intervalo de 15 dias.
A exceção foi a ausência do segundo ensaio no município de São Gabriel, devido ao excesso de chuvas, explica Kassiana Kehl, coordenadora de cultivos de inverno da Fundação Pró-Sementes. Para demonstrar a diferença que a escolha correta da cultivar pode fazer, Kassiana mostrou a variação do melhor e pior rendimento entre as cultivares em Santo Augusto: 1548kg por hectare, o que representaria em torno de R$ 670/ha.
Ao todo, a rede experimental foi instalada em 19 locais de Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, analisando 60 cultivares em quase 3 mil parcelas. No entanto, esse foi o último ano em que os testes foram promovidos nos cinco estados, afirmam os pesquisadores.
A partir desse ano, o ECR será feito exclusivamente no Rio Grande do Sul, por conta do apoio financeiro do Sistema Farsul. Nas demais unidades federativas, nenhuma instituição se interessou em patrocinar os estudos.
– Enquanto tivermos o aporte do Sistema Farsul no Estado, nós teremos esses resultados – garantiu o diretor técnico e administrativo da Fundação Pró-Sementes, José Hennigen.