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Estufagem de trigo deve abrir mercados para produtor do RS

Tecon Rio Grande, maior terminal portuário gaúcho, está com projeto inédito para estufar trigo a granel em contêineres

O Tecon Rio Grande, principal terminal de contêineres gaúcho, está com um projeto inédito para a estufagem de trigo a granel, em contêineres. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Farsul, acredita que a iniciativa da operadora Wilson Sons deve abrir mercados para os produtores rurais. Confira a declaração do presidente da comissão de trigo da entidade, Hamilton Jardim.

“Quando a gente recebe uma notícias dessas, de uma empresa especializada em cabotagem, especializada em armazenagem e transporte de grãos secos, prensados, a granel, isso traz um grande alento ao setor, pois eu tenho certeza absoluta que, em tendo janela de exportação ao longo de todo o ano, as nossas vendas podem ser mais escalonadas, não pressionadas por aquela janela curta de exportação que temos, que vem logicamente após a colheita do trigo, que está pressionada pelo grande volume da colheita de milho, logo após, e também pela colheita da principal cultura do Rio Grande do Sul, que é a cultura da soja, os preços tendem a cair. Portanto, através dessa iniciativa da Wilson Sons, de exportação de trigo através de contêiner, que seria a prensagem de trigo seco e limpo, em menores volumes, nós abrimos mais espaço-tempo para conquistar mercados a nível de Brasil e internacional. Portanto, cumprimentos por essa excelente notícia, e tenho certeza que isso vem ser somado aos esforços que o produtor tem feito.”

Ainda sobre esse assunto, conversamos com o presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, perguntando a ele como funcionava o processo de estufagem do trigo e como deve ser agora.

“Nós que trabalhamos na área de logística e terminal de contêineres estamos sempre buscando a contêinerização das cargas como um todo. O contêiner é uma belíssima embalagem e tem serviços semanais entre todos os lugares do mundo, eu diria, e o Brasil atende muito bem aos EUA, Europa, Ásia e até a África. E o agronegócio, com soja, arroz e o trigo agora, está tendo a oportunidade de chegarmos nos mercados norte e nordeste (com arroz e trigo); esse é um assunto que estamos discutindo com a Farsul, porque o Rio Grande do Sul não era tão produtor de trigo – e o sucesso do trigo hoje é fantástico, estamos com uma safra acima de 3 milhões de toneladas. O contêineres chega para garantir um embarque com pouco manuseio da carga, com garantia semanal da utilização desse transporte, do pequeno produtor ao pequeno comprador, ou do grande produtor até o grande recebedor. Como o Brasil tem uma costa muito grande e um serviço de cabotagem excelente, hoje, depois desse projeto piloto de mandar para o Amapá, eu acredito que a gente tenha aberto uma estrada fluvial, no nosso mar, para mandar a produção de trigo para o norte do Brasil.”