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Governo vai avaliar alternativas para produção de trigo no RS

Fecoagro-RS quer dar ao agricultor uma opção para produzir um cereal com menos custos

Fonte: Divulgação/Pixabay

O Ministério da Agricultura deverá enviar ao Rio Grande do Sul técnicos e pesquisadores para avaliar a demanda do setor do trigo de mudar o perfil de produção do Estado. Segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS), que esteve na quinta-feira, dia 11, em Brasília para discutir o assunto com técnicos do ministério, a ideia é que a partir de 2017 os produtores gaúchos cultivem trigo para atender todos os mercados e não só o consumidor interno. 

Após encontro com o secretário de Política Agrícola do ministério, André Nassar, a Fecoagro disse que a equipe a ser enviada pelo governo federal deverá apresentar um estudo de mercado, tanto interno quanto externo, para apontar ao agricultor os melhores caminhos para o trigo não destinado para a panificação. A data da visita não foi fechada.

Desde o início do ano, a Fecoagro-RS vem intensificando as discussões a respeito da proposta de diversificar o plantio. Após duas safras consecutivas de perdas, o objetivo é dar ao agricultor uma opção para produzir um trigo com menos custo, principalmente para que não haja mais redução de área. Entre o final de janeiro e o início de fevereiro, a federação debateu a proposta com presidentes de cooperativas, gerentes técnicos e comerciais e tradings. Para que a diversificação tenha início em 2017, os testes precisam ocorrer na safra de inverno deste ano.

O diretor executivo da Fecoagro-RS, Sérgio Feltraco, que esteve no encontro em Brasília, argumentou que a liquidez das últimas safras só se deu pela exportação do cereal, já que o trigo colhido não tinha qualidade suficiente para ser absorvido pelos moinhos nacionais. “O viés que se observa nos últimos anos com a ferramenta da exportação nos acende o questionamento de que precisamos entrar firmes nestes mercados para sermos um player atuante e não eventual”, disse.

Para Feltraco, a mudança não será radical e cada região deverá avaliar qual a sua principal aptidão na cultura. “Não é preciso abrir mão da produção do trigo para a panificação, na qual já existem cooperativas inseridas no processo de moagem e que têm programas e estímulo a este tipo de produto. O que precisamos entender é que é importante ter os dois tipos de modelos para ofertar tanto para a moagem quanto para a exportação”, afirmou.

No encontro em Brasília, a Fecoagro-RS também propôs um reajuste de 10% no preço mínimo do trigo tipo pão – que no último período ficou em R$ 34,98 a saca de 60 quilos. 

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