O Sindicato da Indústria do Trigo de São Paulo (Sindustrigo) informou que cerca de 38 mil toneladas de trigo importado estão retidas no Porto de Santos aguardando liberação da Receita Federal.

“Temos um cenário de demora na liberação do trigo no porto que não se justifica. A carga presa nos silos é de origem argentina, dentro dos acordos do Mercosul, importada por moinhos que fazem esse movimento há mais de 20 anos, ou seja, não temos um fator novo que justifique o atraso na operação que, em tempos normais, levaria de 3 a 5 dias para ser concluída”, disse o presidente do Sindustrigo, Valnei Origuela.
De acordo com a entidade, o cereal está descarregado nos silos do porto aguardando a análise da Receita, o que “impossibilita o escoamento do grão e prejudica o desembarque de novas cargas”.
“A demora na liberação das cargas de trigo retidas em Santos gera um desequilíbrio, pois o fato de os silos do porto estarem cheios impossibilita que outros navios do grão descarreguem. Esse movimento pode gerar elevados custos aos moinhos importadores, que pagam cerca de US$ 35 a 40 mil por dia aos navios que ficam atracados no porto à espera da liberação para descarregar”, afirmou Origuela.
Na avaliação do Sindustrigo, esse atraso na liberação da carga gera um efeito em cadeia na logística do setor, pois tende a gerar demora no escoamento de outras cargas após a resolução do impasse em Santos. “Até a retirada total dessas 38 mil toneladas do trigo, podemos registrar a chegada de mais navios, que precisarão esperar a liberação do espaço nos silos para poder descarregar suas cargas”, completou o dirigente.