O foco do evento foi o planejamento geomercadológico para o milho brasileiro. De acordo com a assessoria do evento, com a quarta posição em produção de milho no mundo, atrás de Estados Unidos, China e União Europeia, o Brasil teve uma mudança radical no cenário do cereal por conta do uso do produto para a fabricação de etanol.
O palestrante Clebi Renato Dias, diretor executivo da Copercampos, apontou que a mudança representou um aumento de 107 milhões de toneladas no consumo. Outro fator no incremento foi o crescimento do mercado chinês, com mais 59 milhões de toneladas do cereal direcionadas à para ração para animais.
Embora haja crescimento, os participantes acreditam que o mercado internacional segue instável. Além da crise nos países árabes, o que pode impactar o consumo de milho no Brasil são as exportações de coxa e sobrecoxa ao mercado japonês, que poderá ficar afetado devido às catástrofes naturais que passaram na última semana. O país compra 10% da produção dos cortes de frango.
Pelos Estados
Dias contou que, no oeste de Santa Catarina, boa parte deste consumo é utilizada pela indústria de carnes, através do uso de ração para alimentação de aves, suínos e bovinos. No Paraná, o palestrante Nelson Costa, superintendente adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná, explicou que o Estado teve um aumento no consumo, também, devido ao crescimento da suinocultura e bovinocultura.
A produção e o mercado de milho no Mato Grosso foram apresentados pelo diretor administrativo da Associação dos produtores de soja e milho de Mato Grosso, Carlos Henrique Fávaro. Segundo ele, um dos maiores problemas enfrentados pelo Estado é a dificuldade na logística. Por isso, o governo está com vários projetos para melhorar a infraestrutura do setor rodoviário, hidroviário e ferroviário.
De acordo com o painelista, houve um bom desempenho dos leilões públicos do PEP milho, retomada das exportações, elevação dos preços no mercado interno e externo, boas perspectivas de aumento das exportações de milho especialmente da China, aumento da produtividade com o uso de mais tecnologias e a demanda interna em crescimento.
Já na Bahia, o diretor executivo da Associação dos Agricultores e Irrigantes do Estado, Alex Rasia, afirmou que a maior dificuldade na produção do cereal vem da inconstância na produção e na área plantada.