O aumento nas vendas de etanol brasileiro deve ser discutido também em uma reunião entre os governos marcada para o próximo dia 8. Nesta quinta, o ministro indiano da Indústria e Comércio, Jyotiraditya Scindia, que visita o Brasil pela primeira vez, evitou dar detalhes. Ele disse apenas que, ao invés de concorrer, os dois países precisam trabalhar juntos na área de biocombustíveis.
A soma do que Brasil e Índia compraram e venderam um ao outro chegou a US$ 5,6 bilhões no ano passado. O valor mais do que dobrou nos últimos cinco anos, o que só foi possível graças a um acordo de comércio entre Índia e Mercosul que começou a valer no início de 2009. Hoje, cerca de 450 produtos são beneficiados por um regime especial de impostos. O ministro indiano afirmou que o acordo deve ser ampliado ainda este ano.
Os esforços para ampliar as relações comerciais entre os dois países existem e parecem partir de ambos os lados. Mas há ainda um grande obstáculo a ser resolvido, principalmente quando se fala em enviar produtos do agronegócio brasileiro para a Índia. O desafio das barreiras tarifárias.
Açúcar, óleo de soja e, mais recentemente, etanol são os principais produtos agrícolas que o Brasil vende para a Índia. Trata-se de um grande mercado consumidor, com mais de um bilhão de pessoas. No ano passado, as exportações brasileiras ao país asiático foi equivalente a US$ 3,4 bilhões, sendo US$ 1,5 bilhão só em açúcar, algo considerado fora do comum, já que a Índia também é um grande produtor da commodity. É o maior concorrente do Brasil. Só comprou tudo isso porque teve quebra de safra. Já o etanol ainda representa pouco nessa pauta de exportações. Em 2009, embarcamos o equivalente a US$ 125 milhões, 3,6% do total exportado pelo Brasil à Índia.