De acordo com o economista da Ceagesp, Flávio Godas, as geadas ocorridas no fim de junho nas regiões Sul e Sudeste não produziram reajuste de preços suficiente para alterar a tendência de queda nas cotações no período. Segundo ele, outro fator que contribui para a queda é a retração no consumo de frutas, legumes e verduras, que chega a 30% nesta época fria do ano.
No balanço do semestre, Godas explica que os preços no início do ano, principalmente de verduras e legumes, subiram em virtude das frequentes chuvas e altas temperaturas nas regiões produtoras e, a partir do fim de março, iniciaram processo de retorno aos níveis habituais. No entanto, alguns problemas climáticos, como as chuvas atípicas em abril, colaboraram para que os preços das verduras e legumes reduzissem lentamente, observa Godas, no comunicado da Ceagesp.
Todos os setores de comercialização no atacado apresentaram redução dos preços no mês passado. A maior baixa foi no setor de Pescados, com 6,84%. Principais quedas: polvo, -26,2%, abrotea. -20,1%, e anchovas, 15,9%. Principais altas: atum, 8,1%, cavalinha, 4,3%.
O setor de Verduras registrou queda de 5,96%. Principais quedas: brócolis, -22,9%, salsa, -19,3%, e repolho, -17,3%. Principais altas: milho verde, 44,1%, cebolinha, 15,2%, coentro, 26,9%.
Os preços das frutas recuaram 4,98% em junho. O setor permanece abastecido e com excelentes opções de compra, informa a Ceagesp. Principais quedas: manga tommy, -31,3%, morango, -24,8%, e laranja lima, -14,2%. Principais altas: goiaba, 6,9%, carambola, 17,8%, e figo, 11,6%.
Já o setor de Diversos apresentou redução de 2,71% no período. Principais quedas: batata lisa, -25,9%, e batata comum, -7,25%. Principais altas: ovos, 4,07%, cebola nacional, 3,3%, e amendoim, 3,7%.
O setor de Legumes teve queda de 0,94%. Principais quedas: cenoura, -25,7%, pimentão verde, -22,3%, e pepino japonês, -13, 3%. Principais altas: quiabo, 50%, berinjela, 13,2%, abobrinha brasileira, 21,06%.
O economista observa, no entanto, que a partir deste mês de julho, com a expectativa de novas geadas e de frio rigoroso, os preços poderão apresentar elevações, principalmente as hortaliças mais sensíveis ao clima, como alface, rúcula, escarola, agrião, abobrinha, tomate, entre outras. As condições climáticas adversas podem levar a uma redução do volume ofertado e perda de qualidade, conclui Godas.