Na avaliação do presidente da Fiesc, Alcantaro Corrêa, depois da crise, os empresários ficaram mais cautelosos para projetar investimentos. Se antes eram previstos com dois ou três anos de antecedência, agora as expectativas são mais imediatas.
? A recuperação do nível de investimentos não é tão vertiginosa, se comparada a 2008. Temos que lembrar que aquele foi um ano atípico. O total de investimentos de 2010 está em linha com os valores históricos ? avaliou Corrêa.
O presidente da Fiesc destacou que Santa Catarina tem grande garra para aprimorar e atualizar seu parque industrial. E, apesar da cultura de exportação, a queda nas vendas externas por causa da crise fez o setor reagir buscando alternativas no mercado interno.
? A indústria catarinense mostrou que tem flexibilidade e capacidade de inovação ? disse.
A retomada da atividade econômica ficou clara na pesquisa, que apontou que os investimentos previstos têm como finalidade a compra de máquinas e equipamentos, atualização tecnológica e desenvolvimento de produtos, além de aumento da capacidade produtiva e ampliação das instalações.
Essa movimentação está sincronizada com as projeções de crescimento do país. Segundo o Banco Central, no primeiro trimestre do ano a atividade econômica avançou 9,85%, confirmando a tendência de expansão de 5,8% do PIB. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou projeção de crescimento de 6% para o PIB brasileiro e de 8% para o industrial.
Um bom termômetro da confiança dos empresários é a busca por recursos em bancos de fomento, que deve aumentar em relação ao ano passado, quando quase 60% dos investimentos foram bancados com recursos próprios.
? Os empresários estão mais confiantes para pegar financiamentos ? ressaltou o diretor de Relações Industriais da Fiesc, Henry Quaresma.
De acordo com a pesquisa da Fiesc, 64,6% das empresas entrevistadas já estão trabalhando com a capacidade produtiva dos níveis pré-crise. Mais de metade delas faz planos para ampliar a capacidade total este ano.