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Indústria de trigo reduz demanda devido ao dólar

Brasil importa metade do cereal que consome e indústria sente os efeitos da valorização da moeda norte-americana

A alta do dólar preocupa os moinhos de trigo. Como o Brasil importa metade do cereal que consome, a indústria é a que mais sente os efeitos da valorização da moeda norte-americana. Além do aumento dos custos, a associação que representa o setor estima queda na demanda por farinha de trigo no país.

Nos últimos três meses um moinho em Santo André, no ABC paulista, reduziu em 10% o processamento de trigo. Além do aumento nos custos de produção, a indústria colocou o pé no freio com a alta do dólar, já que 60% da matéria-prima vêm de países como os Estados Unidos e a Argentina.

– Nossa matéria-prima que vem de fora é cerca de 60%, 70%, principalmente agora que é a nova safra do trigo nacional. Então, ele está mais fraco e a gente usa o importado, isso impacta muito porque é tudo em dólar. É uma apreensão política, a gente não sabe o que vai acontecer, está todo mundo tirando o pé do acelerador, as coisas estão indo mais devagar, mesmo – conta a diretora administrativa e financeira Meire Lossurdo.

A indústria já começou a colocar em prática alternativas para enxugar gastos.

– Internamente, a gente tem revisto todos os nossos custos, a gente tem que rever internamente pra poder suportar essa alta toda que a gente não consegue repassar pro consumidor – diz Meire.

Por ano, o Brasil consome 11 milhões de toneladas de trigo, metade do que é produzido no país. A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que a safra 2015 do cereal totalize 6,76 milhões de toneladas. Outra preocupação do setor é com queda nacional no consumo de derivados do trigo. A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) estima que a demanda por farinha no Brasil em 2015 deve ser 3% menor em relação a 2014.

– Evidentemente que isso é uma média por regiões e por moinhos, existem diferenças por vezes sensíveis. A melhor maneira de combater a retração do consumo é melhorar a qualidade do produto. Mas esse é um setor que a gente pode fazer pouco, a não ser a melhoria da qualidade, porque isso vai depender de uma melhor estabilização da economia como um todo – analisa o presidente da Abitrigo, Sérgio Amaral.

Em uma coletiva de imprensa nesta quinta, dia 24, em São Paulo (SP), o presidente da associação comentou como o mercado deve se comportar nos próximos meses.

– Há uma elevação geral nos preços do trigo e isso leva a uma consequência inexorável, que é o aumento do preço da farinha. E que não é só por causa do aumento do trigo, mas você tem outros insumos que estão subindo de preço, o preço da eletricidade, por exemplo, e isso tudo impacta no aumento do preço da farinha, que já se fazia sentir e que vai subir ainda mais – afirma Amaral.

Segundo o presidente, as duas grandes preocupações do setor são o impacto inflacionário da desvalorização da moeda, e o consequente impacto para o aumento da recessão em decorrência do aumento da taxa de juros.

O 24º Congresso Internacional do Trigo acontece de 18 a 20 de outubro, em Atibaia, no interior de São Paulo.

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