Os setores avícolas exportadores dos quatro países do Mercosul fecharam uma proposta de consenso para as negociações do tratado de livre comércio. O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, representa o Mercosul nas questões avícolas. Para ele, dois fatores são importantes para o avanço do setor caso ocorra o acordo bilateral.
? Nós formatamos uma proposta comum, ou seja, 300 mil cotas para o Mercosul e desgravação progressiva em um prazo de 10 anos, ou seja, chegando no final com tarifa zero ? diz o dirigente da Ubabef.
Turra está mais otimista em relação a um acordo Mercosul-União Europeia. Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, está um pouco mais cauteloso. Ele ressalta que negociações como estas são complexas. De qualquer forma, a indústria de carne suína também apresenta reivindicações.
? A Abipecs espera que o Mercosul obtenha uma cota de no mínimo 110 mil toneladas de carne suína sem tarifa para exportar para União Europeia ? defende Camargo Neto.
Para o advogado Marcus Vinícius de Freitas, especialista em Comércio Internacional, o cenário é favorável para o acordo bilateral entre União Europeia e Mercosul.
? A União Europeia tem expressado nas suas negociações que nos mercados em que ela não encontra fornecedores ela está mais propensa a abrir suas portas. E quando ela passa a entender que tem que abrir portas para determinados mercados aí sim se entende o Brasil como fornecedor dessas mercadorias que estão faltando na prateleira europeia ou que estão lá em um preço que o consumidor não está disposto a pagar. É o caso das carnes, das bananas e de vários produtos que a Europa tem consumido ? conclui Freitas.