Nesta quinta, dia 2, o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto e ficou satisfeito com as garantias do governo para o setor. Ele busca mais financiamento para as cooperativas de crédito rural, que são responsáveis por quase 8% da oferta de recursos.
? O presidente se mostrou extremamente atento a essa nossa preocupação com a escassez de crédito. Uma das nossas reivindicações, um programa de capitalização para as cooperativas agropecuárias, foi muito bem aceita pelo presidente e provavelmente vai ser implementada, bem como as linhas de credito para a exportação de cooperativas ? disse Marcio Lopes.
A antecipação dos R$ 5 bilhões pelo Banco do Brasil para o custeio da agricultura partiu de uma análise feita no mercado. A instituição havia previsto para o plano safra, no período de julho a dezembro, a liberação de R$ 11,5 bilhões.
? Essa demanda adicional resulta do aumento do custo de produção, que leva os nossos clientes a buscarem mais recursos, mas também a uma dificuldade de conseguir recursos nas outras fontes que operam crédito rural, os bancos privados ou mesmo as tradings dos fornecedores ? explica o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, José Carlos Vaz.
Do financiamento necessário para o plantio, 30% vem de tradings e de fornecedores. O plano safra responde por 40% e o capital próprio, por 30%.
O montante previsto de recursos do Banco do Brasil para este plano safra é de R$ 30,8 bilhões. Até dezembro a expectativa é de liberar R$ 16,5 bilhões. Para não comprometer a comercialização da safra, a instituição aposta na recuperação do mercado e em novas medidas do governo.
? Vamos continuar trabalhando, discutindo outras formas de trazer dinheiro para a agricultura. O governo trabalha para não faltar recursos ? assegura o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães.
Essa certeza dada pelo governo foi vista com bons olhos pela CNA.
? Aqueles produtores que tradicionalmente trabalham com as tradings tiveram alguma restrição de crédito ou este ficou mais caro, daí a necessidade dos R$ 5 bilhões. A crise preocupa, mas isso, desde que haja pleno uso dos recursos, deve cobrir para que não tenhamos surpresas como queda de safra ? diz o superintendente técnico da entidade, Anaximandro Almeida.