A lista previa licença prévia para a entrada de cereais, plásticos, alumínio, bens de capital, material eletroeletrônico e autopeças vindos do Exterior. Eram três mil produtos, que correspondiam a 60% do valor das importações.
Mantega e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, disseram que o governo recuou da decisão por causa das inúmeras reclamações dos empresários. A partir desta quinta, dia 29, voltam a valer as regras antigas, ou seja, sem a exigência de licença prévia.
O ministro da Fazenda admitiu que o governo havia adotado essa medida por causa da iminência do primeiro déficit mensal na balança comercial desde 2001. O saldo negativo neste mês já chega US$ 645 milhões.
Mantega disse que entrou em contato com o ministro Miguel Jorge, que cumpre agenda na África, e que, depois de conversar com empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta tarde, chegaram à conclusão de que a medida ? apenas uma forma de monitorar estatisticamente a entrada de produtos importados, segundo o governo ? realmente estava recebendo críticas.
A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), por exemplo, já havia achado uma contradição no fato de o governo incluir na lista o grão e deixar a farinha de fora.
? Seria muito mais lógico, no nosso ponto de vista, colocar a farinha nesse enquadramento porque para obter esse produto é só moer o trigo! Mas trigo nós não temos suficiente. Por isso, não faria sentido colocar o cereal numa barreira não alfandegária ? analisou o diretor da entidade, Lawrence Pih.