Por meio do programa, o governo brasileiro compra a produção de agricultores e pecuaristas familiares para distribuição em locais de insegurança alimentar, inclusão na merenda escolar e formação de estoques públicos. O programa está em andamento no país há mais de seis anos.
? Países como o Brasil mostram que políticas e investimentos corretos ajudam a melhorar a qualidade e segurança alimentar, permitindo que campesinos pobres possam participar da economia, comprando alimentos que não produzem e vendendo seus excedentes ? afirmou a diretora do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) para a América Latina e o Caribe, a dominicana Josefina Stubbs.
Segundo ela, no entanto, é um paradoxo que países em desenvolvimento, com muitas riquezas, também tenham tanta pobreza, principalmente no campo. A reunião ocorreu paralelamente à Conferência de Alto Nível sobre Políticas Públicas para a Agricultura Familiar, Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar. O evento contou com representantes dos governos e organizações sociais dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e do Continente Africano (África do Sul, Gana, Quênia, Zimbábue, Costa do Marfim e Ruanda), da China e da Índia.
A diretora do Fida ? uma agência da ONU – disse que na reunião a cooperação dentro do Mercosul cruzou novas fronteiras, com os acordos firmados com países africanos. Além de transferência de tecnologia e conhecimento, o governo brasileiro disponibilizará uma linha de crédito, inicialmente de US$ 240 milhões para financiar máquinas e equipamentos agrícolas para agricultores familiares de Gana, do Quênia, Zimbábue, da Costa do Marfim e de Ruanda.
Durante a semana, ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrário dos países do Mercosul participaram da conferência internacional e ressaltaram a importância do investimento intensivo na pequena agricultura, como forma de diminuir a pobreza e implementar as economias desses países em desenvolvimento.