Agricultura

Moinhos argentinos asseguram que não faltará trigo para exportação

Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, as cotações internacionais do trigo acumulam alta de 36,6%

Moinhos argentinos asseguram que não faltará trigo tanto para exportação quanto para o consumo interno do país.

“Há quantidade enorme de trigo na Argentina, o que assegura que não vai faltar nem trigo para a farinha dos argentinos e nem trigo para a farinha dos brasileiros”, avalia o presidente da Federação Argentina da Indústria Moageira (Faim), Diego Cifarelli.

A indústria brasileira compra cerca de 60% do volume consumido anualmente de trigo no mercado externo. Deste total, 85% é da Argentina, maior fornecedor à indústria local.

A manifestação ocorre diante das notícias de que as exportações argentinas e vendas no mercado doméstico estavam paralisadas ao longo da última semana, em virtude da retração dos produtores por causa do aumento expressivo dos preços internacionais do grão.

Desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, as cotações internacionais do cereal acumulam alta de 36,6%, com base nos contratos negociados na Bolsa de Chicago (CBOT).

Cifarelli considera a paralisação no mercado na semana passada “pontual” em virtude da disparada dos preços internacionais.

Segundo o dirigente, a Argentina já tem todo o volume destinado à exportação comprometido.

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Trigo. Foto: Bruno Marcolin/ Arquivo pessoal

“Exportadores já têm todo trigo comprado para abastecer o Brasil, que começa a chegar a no país a partir do mês que vem e nos meses seguintes. Todo este trigo está comprado, está vendido, está comprometido. Neste trigo não se toca”, comentou.

Já a indústria moageira local tem parte do cereal comprado e adquire outra parte à medida que tenha oferta de produtores e demanda por farinha. “Temos no país uma grande quantidade de trigo nas mãos dos produtores. Ele vai vendendo na medida que necessita. Os moinhos seguem comprando para abastecer o mercado interno”, disse.