Nas padarias o ano de 2011 foi positivo. O faturamento cresceu mais de 11%. Apesar do aumento nas vendas, a Associação Brasileira da Indústria de Panificação (Abip) destaca que há mais de cinco anos o consumo per capita de pão no país se mantém no mesmo patamar.
Os moinhos concordam que o consumo de trigo e derivados está se mantendo nos mesmos níveis, em torno de 11 milhões de toneladas. Pih prevê para 2012 um pequeno crescimento na demanda e preços estáveis.
— O consumo em torno de 3% a mais, nada muito expressivo. Os preços no mercado mundial devem estar estáveis nos níveis atuais. Depende muito do câmbio de um lado e depende do preço mínimo que o governo vai dar — afirma o conselheiro da Abitrigo.
O problema é a oferta de trigo. No Brasil, a safra do Paraná foi prejudicada pelo clima. O trigo perdeu qualidade e não pode ser aproveitado para a produção de farinha. Com isso, as importações do cereal devem passar dos 5,7 milhões de toneladas registradas em 2011 para 6,5 milhões de toneladas este ano. O produto de vir, principalmente, da Argentina, Uruguai, Paraguai, Estados Unidos e Canadá.
O conselheiro da Abitrigo disse ainda que o preço mínimo, que será divulgado nos próximos meses pelo governo, deve ser um dos principais fatores a serem levados em conta pelos produtores na hora de plantar.
— O produtor tem que olhar primeiro o que ele acha que vai acontecer com o câmbio. Segundo, o que vai acontecer com o mercado com o mercado mundial de trigo e terceiro qual o preço mínimo do governo. São três fatores que precisam ser vistos com cuidado antes de tomar uma decisão, porque ele tem a alternativa de plantar milho, que está com um preço extremamente atrativo — afirma Pih.
Mesmo sem a certeza de um aumento na produção nacional de trigo, o setor de panificação garante que pretende colaborar para que o produto seja mais atrativo não só para o produtor, mas também para o consumidor.
— Estamos fazendo reuniões, criando o conselho nacional do trigo, que envolve a Abip, a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) e produtores de trigo para que a gente possa a fazer um trabalho de aumento de consumo no pão do país — afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria, Alexandre Pereira.