A candidatura de Marco Maia foi apoiada por 21 dos 22 partidos da Casa e obedeceu ao princípio da proporcionalidade das bancadas, previsto no Regimento Interno – o PT é o maior partido da Câmara, com 88 representantes.
Na eleição, ocorrida na noite dessa terça, dia 1°, também foram escolhidos os demais integrantes da Mesa Diretora da Câmara. A primeira vice-presidente é Rose de Freitas (PMDB-ES) e, o segundo, Eduardo da Fonte (PP-PE). Para as secretarias, foram eleitos, pela ordem, Eduardo Gomes (PSDB-TO), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), Inocêncio Oliveira (PR-PE) e Júlio Delgado (PSB-MG). Cada secretário tem atribuições específicas, como administrar o pessoal da Câmara (1º secretário), providenciar passaportes diplomáticos para os deputados (2º), controlar o fornecimento de passagens aéreas (3º) e administrar os imóveis funcionais (4º).
Prioridades
Logo após ser confirmado no cargo de presidente da Câmara, Marco Maia adiantou que será necessário um grande empenho para construir o consenso em torno de matérias como as reformas política e tributária.
Ele também previu que ainda neste mês o texto do novo Código Florestal, já aprovado pela Comissão Especial, deverá ser discutido pelo Plenário. Marco Maia disse ter um compromisso com a bancada ruralista para que o projeto seja votado com rapidez para evitar que a instabilidade da legislação ambiental prejudique tanto o agronegócio quanto as políticas de preservação ambiental.
? Esta matéria para nós é tranquila, e que eu tenho a certeza que o parlamento saberá construir ai os consensos necessários para a sua votação ? garantiu Maia.
O presidente da Câmara antecipou que formará três comissões especiais em breve. Uma delas analisará projetos de combate a drogas e violência. Outra tratará de políticas contra a pobreza e a terceira deverá examinar propostas que ajudem a evitar catástrofes como as enchentes que assolaram o estado do Rio de Janeiro no início do ano.
Outra polêmica que deve dominar os debates na Câmara nas próximas semanas é o aumento do salário mínimo. O governo fixou o reajuste em R$ 545, por meio de medida provisória, mas as centrais sindicais pedem mais.
? Eu não tenho dúvida de que o parlamento vai votar com responsabilidade e discutir com responsabilidade esse tema. E vai encontrar a melhor equação que permita ao salário mínimo continuar sendo um instrumento de distribuição de renda. Ao mesmo tempo, permita que haja um equilíbrio fiscal que garanta o desenvolvimento econômico do Brasil ? completa.