São mais de 40 milhões de habitantes em 645 municípios. No último levantamento do Tribunal Superior Eleitoral, o número de eleitores aptos a votar passou de 30 milhões. No Estado, tudo tem uma dimensão maior. Responsável por 31% do PIB nacional, o São Paulo é considerado o motor econômico do Brasil. Nesta engrenagem, destaque para a produção industrial, agricultura e pecuária. Setores que vão ter atenção de boa parte dos candidatos ao governo nestas eleições.
Aloízio Mercadante (PT)
Aloízio Mercadante é o candidato do PT ao governo do Estado, pela coligação União Para Mudar. Um dos nomes mais conhecidos do PT, ele participou da elaboração dos programas de governo do partido e foi coordenador das eleições presidenciais em 1989 e 2002. É formado em economia, casado e pai de dois filhos. No campo, a prioridade é para o pequeno produtor, diz Mercandante.
? O que nós temos que fazer: primeiro qualificar os trabalhadores da cana que com o fim da queimada precisam ser recolocados no mercado de trabalho. Segundo, precisamos apoiar, no setor da citricultura, especialmente, medidas sanitárias pra impedir que elas sejam prejudicadas por doenças que estejam agravando o setor. Terceiro, nós temos que apoiar muito a agricultura familiar ? destacou Mercadante.
Anaí Caproni (PCO)
A única mulher na disputa pelo governo do Estado é candidata do PCO. Em 2008, Anaí concorreu também à prefeitura de São Paulo. Natural de São Bernardo do Campo, ela é filha de metalúrgico, tem curso técnico de eletrônica, mas trabalha nos correios. Anaí é casada e mãe de dois filhos. Dentre as propostas de campanha para o campo, ela defende a reforma agrária.
? Um problema essencial é o financiamento da atividade na agricultura através de um banco estatal, que não acontece atualmente. E não há como fugir do problema da reforma agrária. Quer dizer, você acabar com a concentração de terras nas mãos de poucas pessoas, voltadas exclusivamente para a produção para exportação ? disse Anaí.
Celso Russomanno (PP)
Presidente do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor desde 1995, o deputado Celso Russomanno entra na disputa pelo governo de SP representando o PP. Russomanno é natural de São Paulo, casado e pai de dois filhos. Concorrendo pela coligação em defesa do cidadão, ele propõe desde redução de custos até maior investimento em pesquisas como forma de desenvolver o agronegócio.
? Em primeiro lugar rever os pedágios, porque escoar a produção com os pedágios aos preços que estão no Estado de SP, a gente não pode aceitar. Baixar os impostos para que a gente possa gerar mais empregos no Estado de SP, e para o que a gente produza aqui no Estado de SP custe mais barato e faça com que as empresas voltem para o Estado de SP. Investir na agricultura, principalmente em pesquisas. E melhorar o orçamento para a agricultura no Estado de SP ? enumerou.
Fabio Feldmann (PV)
Ele é advogado e administrador de empresas. Atua na área de meio ambiente e sustentabilidade desde os anos 70. Fabio Feldmann foi deputado federal, secretário de Estado e candidato a prefeitura da Capital paulista. Agora, pretende chegar ao governo pelo Partido Verde com base em propostas para o desenvolvimento sustentável. Tanto na cidade, quanto no campo.
? São Paulo tem que praticar uma agricultura sustentável. Tem todas as condições para realizar esta agricultura que eu chamo do século XXI, e o Governo de São Paulo tem um enorme papel nisso. Ele tem que modernizar. Ele tem que estar na ponta. Ele tem que apoiar o pequeno e médio produtor rural e também o grande produtor rural ? defendeu.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O candidato do PSDB começou na política como vereador na cidade onde nasceu: Pindamonhangaba, em SP. Foi prefeito, deputado e governador do Estado de 2002 a 2006. Volta à disputa agora apoiado pela coligação Unidos por São Paulo. Geraldo Alckmin é médico, casado e pais de três filhos. Em seu programa de governo, prevê melhoria de renda do produtor rural.
? É a questão mais importante. Agregação de valor, seguro rural. Fortalecer muito a defesa sanitária no estado de São Paulo. A logística. Para atender os caminhos da produção, para chegar à propriedade rural até as grandes obras de logística, e tirar imposto ? avaliou.
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Igor Grabois (PCB)
O candidato do PCB ao governo de São Paulo sempre esteve ligado à política, mas é a primeira vez que entra numa disputa majoritária. Igor Grabois é economista e professor universitário. Com 44 anos, tem um filho e mora na capital paulitas. Grabois diz que quer lutar contra os latifúndios no Estado de SP.
? Nós vamos fazer um estimulo a grande propriedade, ou seja, apoio aos assentamentos, a agricultura familiar, mas vamos também nos concentrar muito que as relações no campo assalariadas sejam mais dignas possiveis, tenha direitos trabalhistas, salário digno e boas condições de trabalho ? disse.
Mancha (PSTU)
O eleitor vai identificar o candidato do PSTU na urna como Mancha. É assim que Luiz Carlos Prates é conhecido, e como foi registrado no TRE. Mancha começou a trabalhar aos 13 anos de idade. De 2000 a 2006, foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos em São José dos Campos. No governo diz que vai defender a classe trabalhadora.
? O PSTU pretende combater no Estado a concentração fundiária, a concentração de terras que existe. Hoje, por exemplo, é um absurdo que menos de 2% dos proprietários ocupem uma área de 35% das terras. Nós queremos dentro do governo dar prioridade absoluta à produção de alimentos e principalmente à produção de alimentos que mate a fome do nosso povo ? defendeu.
Paulo Skaf (PSB)
O empresário Paulo Skaf deixou a presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para se candidatar. Também foi presidente do SESI, do Sebrae e outras instituições ligadas à indústria. O paulista Paulo Skaf é casado e pai de cinco filhos. Se eleito, diz que pretende valorizar a agricultura do Estado.
? Nós vamos focar no aumento do crédito, do seguro agrícola, na imagem do setor. É necessário que se faça um trabalho de imagem nesses grandes guerreiros que são os nossos agricultores de São Paulo. E logicamente, tudo que estiver ligado à tributação nós vamos procurar aumentar a competitividade, como por exemplo, a tributação, os impostos sobre os alimentos ? avaliou.
Paulo Búfalo (PSOL)
O professor Paulo Búfalo trabalhou na consolidação do PSOL no Estado de São Paulo. Ele foi vereador de Campinas por dois mandatos e tem um histórico de atuação junto aos movimentos sociais, em defesa da reforma agrária e da educação pública. Na agricultura, Búfalo defende a redução de custos para o produtor.
? No campo, a reforma agrária e a proteção do trabalhador rural, tendo em vista que isto é fundamental para que a gente possa dar uma vida digna para muitos trabalhadores rurais que hoje tem ficado sem alternativas, em particular no interior do Estado. O combate às privatizações, tendo em vista que isto gera um custo não só para o setor produtivo, mas para toda a população paulista ? afirmou.
Eleições no Estado
O Estado de São Paulo tem quase 8,5 milhões de eleitores apenas na capital. Os outros 22 milhões votam em outras cidades. São pelo menos 80 municípios que têm sua principal atividade econômica relacionada ao agronegócio, seja na agricultura, na pecuária, na prestação de serviços ou na cadeia dos biocombustíveis. Além de conquistar os eleitores, o próximo governador vai ter o desafio de ampliar os investimentos nessas regiões, cumprindo uma outra exigência: a produção com sustentabilidade, de forma econômica, ambiental e socialmente correta.