A afirmação foi feita pelo secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudança do Clima (UNFCCC), o holandês Ivo de Boer, ao final de uma conferência realizada em Bonn, preparatória para a cúpula de Copenhague de dezembro.
Segundo de Boer, as propostas apresentadas até agora por cerca de 30 países industrializados,
entre eles quase toda a União Europeia (UE), falam de reduzir as emissões entre 17% e 26% até
2020.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), no entanto, afirma que é preciso
reduzir as emissões entre 25% e 40% em relação aos níveis de 1990 como esforço mínimo para
evitar danos maiores ao Planeta.
Na relação de Estados nem sequer figuram países industrializados como Estados Unidos, Rússia
ou Japão.
As metas de redução fazem parte das negociações que antecedem a cúpula de Copenhague, na
qual deve ser fixado um novo protocolo que substitua o de Kioto a partir de 2012. De Boer lamentou que a escassez de propostas esteja diminuindo o andamento das negociações, mas ressaltou que, por enquanto, não se pode falar de estagnação.
O secretário-executivo pediu às nações industrializadas para melhorar seus objetivos, e aos
demais países para formular propostas. De Boer qualificou de insuficientes os objetivos identificados pelos Estados Unidos, país que não ratificou o Protocolo de Kioto, mas que quer assinar o acordo que substituirá o pacto.
Embora os EUA, que, junto com a China, são o maior poluidor do mundo, devam reduzir os gases
poluentes em 17% até 2020 em relação a 2005, este volume só representaria uma diminuição de
4% frente aos níveis de 1990, que são os tomados como ponto de partida no resto dos países.
De Boer afirmou que, apesar de o objetivo até 2020 ser relativamente moderado, os EUA têm
condições de melhorar substancialmente sua capacidade de redução até 2050. Ele lembrou que a União Europeia fixou como objetivo reduzir as emissões em 20%, mas que o bloco pretende elevar este volume a 30% se outros países se somarem a esta meta.