? Todos os investimentos lícitos serão protegidas ? destacou um documento assinado pelo presidente paraguaio Fernando Lugo e emitido poucos dias após a imprensa reproduzir um relatório apresentado ao Congresso brasileiro pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, expressando preocupação pela segurança dos brasileiros no Paraguai.
A situação dos “brasiguaios” se agravou desde 2004, depois teve “certa distensão, até o ressurgimento, revigorado após a eleição do presidente Lugo”, em 20 de abril do ano passado, segundo a carta de Amorim.
Cerca de 300 mil brasileiros, muitos deles grandes fazendeiros, vivem no Paraguai ao longo da fronteira, sendo a maioria dedicada ao cultivo de soja, principal fonte de renda do Paraguai. Em várias regiões agrícolas do país, centenas de “sem-terra” se mantêm acampados ao redor das fazendas sob ameaça de invadi-las se o governo não atender suas exigências de lhes dar terras.
Eles alegam que grandes extensões de terra foram cedidas a pessoas não submissas à “reforma agrária” e que o cultivo mecanizado de soja depreda as florestas e contamina o meio ambiente com as fumigações maciças.
Perante essa situação, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Rural e da Terra paraguaio (Indert) deve apresentar seu plano de reforma agrária que, em uma primeira fase, prevê beneficiar quase seis mil famílias de 60 assentamentos em seis departamentos, entre eles o de San Pedro (centro), região mais pobre do país.