O governo paranaense foi pioneiro ao apoiar a produção orgânica e de não-transgênicos no país, há cerca de seis anos. Na época, a soja transgênica começava a entrar de forma clandestina no Rio Grande do Sul, proveniente da Argentina. O governo paranaense baixou uma lei que proibia o descarregamento da soja geneticamente modificada no Porto de Paranaguá, entre 2004 e 2005, mas teve de revogar a medida, depois da aprovação da Lei Nacional da Biossegurança pelo Congresso Nacional. A legislação federal não adotou o princípio da precaução (aguardar a comprovação científica sobre o efeito do consumo de soja transgênica na saúde humana e animal) e liberou o cultivo transgênico no país.
A vocação agrícola e sustentável de Capanema acabou atraindo a empresa multinacional suíça Gebana, com sede em Zurique e considerada referência mundial no mercado de produtos agrícolas ecológicos, produzidos e comercializados de acordo com os princípios do Comércio Justo.
A Gebana fez o primeiro contato com o grupo de agricultores ecológicos de Capanema em 1999. Em 2002, uma comitiva da empresa visitou os agricultores no Paraná. A primeira exportação de soja orgânica certificada ocorreu nesse mesmo ano. Um acordo transforma a empresa capanense Terra Preservada, dirigida por dois agricultores (César Colussi e Rogério Konzen), voltada a comercialização dos produtos orgânicos da região, em representante da multinacional atacadista de produtos orgânicos e certificados no Brasil. A pequena empresa segue a filosofia da matriz e conta, no momento, com 35 funcionários.
Gebana
Atualmente a Gebana Internacional é uma grande atacadista multinacional de soja orgânica, frutas secas e outros produtos ecológicos da América Latina e da África. Ela conta com filiais no Brasil (Capanema), na África (Tunísia e Burkinafaso) e na Holanda (filial administrativa).