Entre as médias, 46% reduziram as vendas para o mercado externo e outras 6% deixaram de exportar. Nas de pequeno porte, a redução das exportações foi relatada por 42% das consultadas. Outras 4% interromperam os embarques. Entre as grandes, que sofrem menos com a taxa de câmbio, 37% reduziram e 1% suspendeu os negócios com o mercado externo.
O estudo revelou ainda que as pequenas empresas são as que mais sofreram com a concorrência estrangeira no mercado doméstico. A perda de participação foi relatada por 74% das companhias de pequeno porte, 67% das médias e 49% das grandes. Entre os setores mais prejudicados, vestuário, calçados e hospitalar.
Na avaliação do economista Roberto Troster, a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria revela uma meia-verdade. Segundo Troster, há no país o que se chama de miopia financeira, com olhares voltados apenas para indicadores como juros e taxa de câmbio, sem uma real preocupação com a produtividade.
? A taxa de câmbio caiu, mas a competitividade brasileira também não acompanhou a do resto do mundo ? disse ele, em entrevista ao Agribusiness Online, nesta sexta, dia 28.
Entre os problemas enfrentados pelo setor industrial, Roberto Troster citou a alta carga tributária sobre a contratação de pessoal e uma complicada burocracia fiscal.
? Uma empresa gasta, em média, 1,360 mil horas por mês só com burocracia ? disse Troster, para quem as obrigações para se abrir uma empresa no país poderiam ser mais simples.
Na opinião de Roberto Troster, é inaceitável a China, sozinha, ter resultados econômicos melhores que os do Brasil, integrado a um bloco econômico como o Mercosul.