Plano sobre lixo e reciclagem irá para consulta em junho

Para Ministério, principal desafio para as empresas será organizar o recolhimento dos materiais após seu uso pelo consumidorO Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que trata da destinação do lixo do Brasil, irá para consulta pública até o dia 21 de junho, segundo afirmou nesta quinta, dia 24, Samyra Crespo, secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, durante evento realizado na Associação Brasileira de Embalagem (Abre), em São Paulo. Na consulta pública, serão analisadas as metas propostas pelo governo federal para a redução e a reciclagem de resíduos, além dos mecanism

No encontro, a secretária afirmou que o principal desafio para as empresas cumprirem as metas será organizar a logística reversa, que é o recolhimento dos materiais após seu uso pelo consumidor, e absorver esses custos. Outro desafio, avalia Samyra, será diminuir os impactos ambientais.

? Se cada empresa tiver o seu sistema de coleta e transporte de recicláveis, o custo final e as emissões de gás carbônico não vão valer a pena. O setor vai ter que descobrir como compartilhar esses sistemas entre as empresas ? avisa.

A secretária também afirmou que serão necessários investimentos das empresas no design das embalagens e na redução dos insumos para produção. Isso significa diminuir espessura das embalagens, aproveitar melhor o espaço para acondicionamento dos produtos e diminuir o uso de matérias-primas, água e energia elétrica para produção.

Em contrapartida, Samyra afirmou que o Ministério do Meio Ambiente está consultando os Ministérios da Fazenda e da Indústria sobre a possibilidade de incentivos econômicos e desoneração das cadeias.

Reação
Na avaliação do presidente da Abre, Maurício Groke, o plano de resíduos é positivo. Ele afirma, porém, que o setor espera que as metas de reciclagem das diferentes cadeias de embalagens sejam tratadas de forma proporcional.

? Esperamos que não haja desequilíbrio na competitividade entre os setores ? afirmou.

A diretora-executiva da Abre, Luciana Pellegrino, lembra ainda que os índices de reciclagem de vários tipos de embalagens – como alumínio (mais de 90%), papel ondulado (70%), vidro (40%) e garrafas pet (50%) – podem ser considerados satisfatórios.

? Alcançamos esses números sem que existisse uma regulamentação oficial. Com a política nacional de resíduos, esses índices devem aumentar ? afirma.