Preço do milho segue em queda no mês de janeiro

Especialistas acreditam que esse cenário não deve mudar por enquantoO preço do milho segue em queda. Só no mês de janeiro, a redução ultrapassou 5%, segundo o indicador da Escola Superior de Agricultura (ESALQ). Especialistas acreditam que esse cenário não deve mudar por enquanto.

Há mais de um ano, a reclamação é a mesma: o preço pago pela saca do milho mal cobre os custos de produção.

? Não estamos conseguindo vender no preço mínimo. Mais um ano que o produtor vai penar, com certeza, com o milho. A não ser que o câmbio melhore e que consiga exportar a nossa produção ? diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), João Carlos Werlang.

Embora o dólar esteja em alta, passando da marca de R$ 1,80, o excesso de produto no mercado pode comprometer ainda mais a rentabilidade do setor.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma safra de milho de quase 50,5 milhões de toneladas, apenas 500 mil a menos que no ano passado. Este resultado, associado a uma colheita recorde nos Estados Unidos, pode pressionar ainda mais o preço do milho, o que é motivo de preocupação entre os produtores.

Isso sem contar o estoque de passagem: o país armazena mais de 11 milhões de toneladas do grão. Para amenizar o prejuízo dos produtores, o governo reajustou os preços mínimos.

Nesta safra, nas regiões Sul e Sudeste, em Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal, o valor passou de R$ 16,50 para R$ 17,46. Em Mato Grosso, subiu para R$ 13,98. E no Nordeste, a partir de julho, chegará a R$ 20,10.

Se for necessário, a Conab vai aumentar o apoio à comercialização. Mas a grande quantidade de milho no mercado ainda não é tratada como um problema.

? Sem dúvida, ele pressiona os preços, mas nós temos que saber que o Brasil é o celeiro do mundo. No Brasil, esses 10 ou 11 milhões de toneladas significam praticamente dois meses de consumo. Isso não é tanto. Até observando o aspecto de segurança alimentar ? afirma o superintendente de Gestão e Ofertas da Conab, Carlos Eduardo Tavarez.