De acordo com Edilson Guimarães, diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, órgão ao qual está vinculada a Conab, a conjuntura relacionada à soja leva o governo a acreditar que a safra 2012/2013 será recorde.
– Essa primeira estimativa de área plantada é uma estimativa conservadora, mas já é recorde. Dependemos muito do clima, mas esperamos que a soja, e depois a segunda safra de milho, chamada de safrinha, contribuam para o resultado – destacou.
De acordo com Guimarães, o plantio de soja deve tomar a área que foi destinada a outros grãos em anos anteriores.
– O levantamento está confirmando o que nós já vínhamos sentindo olhando o mercado nos últimos meses. Há expectativa de crescimento da produção de soja, tomando área inclusive do milho de primeira safra e do algodão. Era previsível, por causa dos preços do mercado – destacou. Segundo dados da Conab, o milho terá um recuo de 4% a 6,8% na área plantada, e o algodão, de 20,2% a 27,2%.
O primeiro levantamento da Conab com relação à safra 2012/2013 estima que a área total ocupada pelo plantio de grãos ficará entre 50,93 e 52,21 milhões de hectares, resultado de 0,2% a 2,7% superior ao de 2011/2012. A produção, por sua vez, deve ficar entre 177,68 e 182,27 milhões de toneladas, contra 165,7 milhões da safra passada, ou seja, há expectativa de crescimento de 7,2% a 10%.
Além do milho e do algodão, o arroz deve sofrer uma redução de 1,4% a 2,9% na área plantada (de 2.426,7 para 2.356,7 a 2.393,7 mil hectares), e o feijão, de 1,5% a 2,3% (de 3.256,7 para 3,181,9 a 3.208 mil hectares). De acordo com Sílvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, a perspectiva exige atenção para que o consumidor não seja impactado por uma inflação desses alimentos.
– Esse é um aspecto sobre o qual nós [Ministério da Agricultura] temos que nos debruçar – afirmou.
A primeira pesquisa sobre a safra 2012/2013 foi realizada no período de 17 a 28 de setembro, por cerca de 50 técnicos na Conab. Eles foram a campo nas principais áreas produtoras do país. De acordo com Sílvio Porto, esse primeiro estudo foi feito na região Centro Sul, que já começou o plantio em agosto e setembro deste ano. Para estimar a produção, foi utilizada a média dos últimos três anos, aliada aos dados sobre área plantada. Para as regiões Norte e Nordeste, que ainda não iniciaram o plantio para a próxima safra, foi repetida a área ocupada em 2011/2012 e utilizada a média de produção dos últimos três anos.
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