Esse cenário é provocado pelo início de recesso em muitos moinhos, que estão apenas cumprindo contratos firmados, junto com desaceleração de aquisições por compradores e diminuição pontual do consumo de alimentos com farinha de trigo. A colheita do trigo já terminou, com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevendo queda para 5,95 milhões de toneladas, recorde histórico. Segundo o Cepea, a redução se deve à baixa da produção de trigo gaúcho.
Já no mercado internacional, o cereal registra elevações diante de rumores que a Rússia possa suspender as exportações com receio de desabastecimento no mercado interno. Mesmo que isso não ocorra, especialistas indicam que favorece a sustentação dos preços. A safra da Ucrânia também pode ser prejudicada pelo frio, e a do Mercosul também será inferior à passada. Com a redução da demanda mundial, a tendência é de preços maiores.
De acordo com o analista da Safras & Mercado Élcio Bento, o cenário agora é de alta, já que a forte desvalorização cambial encarece a importação. O cenário internacional também conta com o trigo dos Estados Unidos muito alto em relação ao argentino
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– Todo o suporte internacional das cotações mais elevadas se traduzem em preços mais elevados no Brasil – diz Bento, destacando, no entanto, que a liquidez vai a zero nesse período.
A previsão do analista é que na segunda quinzena de janeiro, quando os moinhos retornam aos trabalho, os preços busquem suporte e tenham valorização em relação aos preços atuais
– Não tem como pensarmos num cenário que não seja de recuperção de preços – conclui o analista.
