Mesmo com um preço menor, a maior parte dos produtores de trigo do interior de São Paulo conseguiu lucrar nesta temporada, mas ainda tem agricultor que resolveu arriscar e ainda está esperando cotações maiores. “Nós estamos arcando com esses custos de armazenamento, com quebra técnica, arriscando esperando o início da nova safra. Estamos esperando março ou abril pra ver se acontece uma reação no preço, porque 0,70 o quilo de trigo é muito baixo e mal dá pra cobrir os custos de produção”, disse o produtor Paulo Sérgio Bettini.
Com capacidade para armazenar 100 mil toneladas, o armazém de Tatuí é um dos maiores do estado e dedica boa parte de sua capacidade para o trigo. Apesar da redução da área plantada no Brasil, a produtividade do trigo foi maior e a qualidade é a do tipo 1, a preferida dos moinhos.
Atualmente, na Ceagesp de Tatuí, a saca é comercializada a R$ 42, com uma leve reação na comparação com os preços praticados em outubro, no início da colheita. “Começou como normalmente toda safra inicia, com preço mais baixo e mercado um pouco mais retraído porque todo mundo fica aguardando a perspectiva do que vai acontecer em relação a termos de produção e de consumo. Normalmente esse preço é um pouco mais baixo do que o normal e, com o decorrer do tempo, o trigo saiu de R$ 38 chegando a R$ 42”, disse Roberto Nakashima, gerente da Ceagesp de Tatuí.
Mesmo com o preço menor em relação ao ano passado, o gerente conta que a maioria dos produtores já comercializou a produção. “Ninguém ficou rico com trigo e esse ano, mas deu para pagar as contas e sobrar alguma coisinha”, disse.
Nakashima disse ainda que acredita na alta do preço no futuro. “Vai depender do que acontecer, pois tem muito trigo importado chegando e isso afeta o nosso preço. Eu acredito, porém, que o trigo nacional vai ter alguma alta, apesar de não ser tão significativa”, avaliou.