O trabalho é feito de porteira em porteira. O próprio presidente e os funcionários do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Triunfo vão a campo. Desde segunda, dia 21, eles percorrem o interior do município explicando a importância do abaixo-assinado para os produtores.
? Tem que tentar reverter isso aí para pequenos produtores continuarem produzindo, poder ficar na terra que ele já herdou, manteve sempre dos seus pais. No meu caso, que me considero da turma mais nova, ficar na agricultura, ficar produzindo, ter condições de produzir, né? ? diz o produtor rural, Carlos Freitas.
Os agricultores têm pressa para a aprovação do projeto, porque em menos de quatro meses expiram os decretos que tiraram da ilegalidade boa parte dos agricultores do país.
? A maior parte das propriedades vai estar irregular e o produtor vai ser tratado como criminoso, porque vai ser sujeito a multa e outras penalidades previstas na lei. É isso que a gente tá preocupado, que seja revertida essa questão de legislação a favor do produtor, porque como a gente sempre tem batalhado, a questão do êxodo rural, da permanência dos jovens, além de vários fatores, a própria comercialização e agora vem esta questão da legislação ambiental ? comenta o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Triunfo, Adolfo Augustin.
O objetivo é fazer com que o documento chegue a Brasília na segunda quinzena de março. Entre os pontos de interesse dos produtores, está a liberação do cultivo nas regiões de várzea, onde é produzido o arroz no Estado, e ainda a possibilidade de pequenos usos nas áreas de preservação permanente.
? Não temos a intenção de jogar tudo que se construiu de legislação ambiental de lado, não é esta a intenção da Fetag, nem do movimento sindical, mas sim, adequar a legislação a uma realidade de aplicabilidade. Hoje, o que está difícil é aplicar a lei numa pequena propriedade, numa média propriedade de agricultura familiar, porque em muitos casos, temos o levantamento de que em torno de 100 mil propriedades podem se tornar inviáveis economicamente se aplicar a regra como ela está hoje ? informa o presidente da Fetag-RS, Elton Weber.