? Vamos sair em passeata para dialogar com a sociedade ? destacou o representante do MAB, Iuri Charles Paulino, garantindo que será uma manifestação pacífica.
Na avaliação dele, o problema de Belo Monte, prevista para ser construída no Rio Xingu, no Pará, é um problema nacional e internacional, fere o direito à soberania dos povos, a dignidade dos indígenas, ribeirinhos e a todos os brasileiros que pagarão a conta dessa obra.
? Se esse leilão ocorrer, será um crime de lesa-pátria.
As manifestações contra a hidrelétrica começaram na segunda em Altamira, numa vigília em frente das instalações da Eletronorte, que incluiu rezas, carros de som e discussões sobre o empreendimento. Além de moradores da cidade, índios também participaram. Para terça, agricultores prometem bloquear a Rodovia Transamazônica, no trecho entre Altamira e Vitória do Xingu. Essa é a única ligação terrestre que os moradores da cidade têm para Belém e Santarém.
Também há previsão de protestos em Cuiabá (MT).
? Se Belo Monte vai trazer prejuízos pro Povo do Xingu, índios vão provocar prejuízo para muita gente e empresas ? alerta o cacique kaiapó Megaron Txcurramãe.
Ele e mais 30 lideranças, reunidas na aldeia Piaraçu, na terra indígena Capoto-Jarina, devem fazer a segunda manifestação contra Belo Monte. O cacique afirma que, se a usina vai prejudicar o povo indígena, então eles também vão prejudicar o governo e o projeto.
A primeira manifestação ocorreu em novembro de 2009 e reuniu, durante seis dias, lideranças das 15 etnias que moram no Parque do Xingu, cerca de 300 pessoas. O movimento foi liderado pelo cacique Raoni Metuktire. Apesar de definida as estratégias, os líderes não quiseram antecipar a data, mas garantiram que ocorrerá antes do “fim do mês”.
A estratégia desta segunda manifestação será a mesma usada em 2009: a paralisação da travessia da balsa no Rio Xingu, operada pelos índios. A travessia liga São José do Xingu a outros municípios de Mato Grosso e também do Pará. Por dia, cerca de 60 caminhões, 30 veículos de passeio e ônibus passam pelo local. No dia 15 de maio, os povos indígenas prometem outra manifestação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.