Em todo o país, muitos agricultores trocaram o campo pela cidade para administrar os rumos da fazenda. O produtor Leonir Rugeri, por exemplo, tem origem rural, mas mora na área urbana de Jaciara, a 140 quilômetros de Cuiabá (MT). A partir desta cidade, ele define o futuro das duas propriedades que possui, onde cria gado e planta algodão, soja e milho.
Em Mato Grosso, a população rural encolheu na última década. Há dez anos, 20% dos moradores viviam no campo, enquanto hoje, apenas 18% dos habitantes do Estado não moram nas cidades. Esta migração para os centros urbanos foi retratada pelo censo deste ano, que revelou um dado curioso: a região Centro-Oeste, responsável por 35% da produção nacional de grãos possui a menor população rural do Brasil ? pouco mais de 1,570 milhão de habitantes. O Nordeste ainda concentra o maior número de moradores no campo: mais de 14,260 milhões.
Diante da consistência dos números do IBGE, parece cada vez mais difícil encontrar pessoas que fizeram justamente o caminho inverso, ou seja, trocaram a cidade pelo campo. Apesar de raras, situações assim ainda acontecem. Quem passa por esta mudança garante: voltar para a área urbana está fora de cogitação.
José Antônio Brhem, presidente do Sindicato Rural de Jaciara, já viveu as duas realidades. No passado, o produtor deixou o campo pela cidade, mas há alguns anos voltou para a fazenda. Atualmente, com o avanço da tecnologia, ele consegue realizar direto do campo ? através da internet ? os negócios da propriedade, podendo acompanhar de perto o manejo do gado.
O presidente do sindicato se orgulha de ser um dos poucos representantes de classe em todo o país a morar e ter seu escritório na fazenda.