No início da noite dessa quinta, dia 8, o vice-líder do DEM, Onyx Lorenzoni(RS), responsável pela coleta de assinaturas na Câmara, informou que a proposta já contava com a adesão de 165 deputados e de 34 senadores. Para que a CPMI seja instalada, são necessárias pelo menos 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
Lorenzoni criticou a postura do governo e indagou se os membros do MST farão campanha para os partidos governistas.
? O MST faz chantagem com o governo. Então temos hoje um governo que cede à chantagem de grupos paramilitares e clandestinos. Tudo isso é missão e dever do Parlamento investigar ? afirmou o deputado.
Na semana anterior, pouco antes de terminar o prazo para entrega do requerimento de criação da CPMI, os governistas conseguiram retirar 45 assinaturas, o que acabou inviabilizando a instalação da comissão.
Desta vez, destacou o líder DEM, Ronaldo Caiado (GO), a coleta de assinaturas está sendo feita de forma criteriosa, apenas com parlamentares que não devem desistir.
O processo de coleta de assinaturas está mais demorado porque há uma seleção para verificar se o parlamentar está disposto a resistir à pressão do governo para retirada de assinaturas. Caiado ressaltou que as cenas de destruição do laranjal, em São Paulo, justificam a abertura da comissão.
? A CPMI tem fato determinado, já comprovado pelo Tribunal de Contas da União ? afirmou Caiado, referindo-se à condenação de ONGs que continuam recebendo recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, apesar de condenadas.
Já o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que, com a CPMI, a oposição quer criar conflito para ter proveito eleitoral. No entanto, Fontana condenou a destruição dos pés de laranja e disse que o fato é caso de polícia.
? A oposição quer criar conflito, tendo uma postura de quem não quer ajudar a solucionar os problemas do país ? disse Fontana.
Para o líder governista, a oposição trabalha contra o Brasil, quando tenta transformar a velha rivalidade entre os fazendeiros e o MST em assunto nacional.
? A postura do DEM e daqueles que estão propondo essa CPMI não é de solucionar o problema, nem pensar em uma agenda positiva para a agricultura brasileira ? reforçou o deputado.