Após duas safras frustradas, os produtores de trigo do Rio Grande do Sul devem enfrentar aumento nos custos da lavoura, em razão de uma possível escassez de sementes. O tema foi abordado nesta quarta-feira, dia 9, no fórum sobre a cultura realizado na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS).
A chuva e a geada reduziram o volume e a qualidade do trigo, e, com a oferta menor, a expectativa é de preços mais altos. O representante da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs) Vicente Barbiero acredita que as sementes devem ter reajuste de 10% a 20% acima dos preços praticados no ano passado.
Barbiero afirma que há muitos lotes nas sementeiras que devem ser reprovados, em razão da baixa qualidade. Ele recomenda que os produtores se previnam na hora de comprar o insumo. “Olhem para a germinação, para o vigor, porque o sucesso do trigo começa por um stand bom”, diz.
Nesta safra, a previsão para o Rio Grande do Sul era de uma colheita de 2 milhões de trigo. O clima, porém, encolheu o volume para 1,4 milhão de toneladas. “É muito pouco. Isso deixa de gerar renda e impostos, deixa de gerar economia municipal e, consequentemente, todos nós perdemos”, afirma o presidente da comissão de trigo da Farsul, Hamilton Jardim.
Ele afirma que, além de mais gastos com insumos, que têm o preço atrelado ao dólar, o produtor vai desembolsar mais dinheiro com a contratação do seguro rural. O governo disponibilizou R$ 158 milhões para culturas de inverno, mas houve diminuição na proporção da subvenção.