A falta de chuvas começa a preocupar os produtores catarinenses de trigo. A estiagem já prejudica as lavouras, que estão em fase de florescimento, e as projeções são de uma safra 2017/2018 até 30% menor na comparação com o ciclo anterior.
O engenheiro agrônomo e analista da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), João Rogério Alves, explica que a estiagem alcançou as lavouras de trigo em plena fase de floração e o período seco compromete a produção futura.
“Sem chuvas consistentes desde o dia 23 de agosto, as lavouras em sua maioria se desenvolveram em condições de falta de chuvas, resultando em plantas com porte baixo e com poucos perfilhos. Com plantas em fase de floração e enchimento de grão, a umidade no solo é essencial. Se as chuvas previstas para ocorrem entre os dias 25 ou 30 de setembro não acontecer, a situação das lavouras tende a piorar”, ressalta.
A produção do cereal no estado deverá ser de 163,4 mil toneladas na próxima safra, contra 229 mil toneladas colhidas em 2016/2017. Essa diminuição pode ser explicada também pela redução na área plantada, que passou de 69 mil hectares para 50,9 mil hectares este ano, uma queda de 26%. Esse cenário é observado em todas as importantes microrregiões produtoras de trigo no estado, com destaque para Canoinhas (-38%), Chapecó (-17%), Joaçaba (-28%), Curitibanos (-29%) e Xanxerê (-25%).