Setor do trigo paranaense apela ao Ministério da Agricultura para retomada de leilões

Até agora, apenas 35% da safra de trigo foi comercializada, o que preocupa cooperativas do EstadoO cancelamento dos leilões de trigo por suspeita de irregularidades deixou os produtores paranaenses sem opções para o escoamento da safra deste ano. Em razão disso, a organização das cooperativas do Estado do Paraná fez um apelo ao Ministério da Agricultura para a retomada dos pregões. Enquanto aguardam resposta, as entidades projetam comercialização da safra a partir de janeiro.

Em entrevista do Rural Meio-Dia, o presidente da cooperativa integrada e diretor do Sistema Ocepar, Carlos Murate, falou que a situação do mercado do trigo é crítica. Murate ressaltou a urgente necessidade de retomada dos leilões por parte do governo, pois apenas 35% da produção colhida foi comercializada até o momento. De acordo com ele, não haverá espaço para estocar mais produtos se não houver escoamento da produção.

– Todas as cooperativas do Paraná carregam um estoque. E a paralisação do mercado faz com que as cooperativas não possam desocupar os seus silos para a safra que vem – ressaltou.

Ele ainda lembrou que já no mês de janeiro são previstas safras de soja e milho.

– Nessa situação é realmente necessária a retomada do Pep (Prêmio para Escoamento de Produto) para que nós possamos comercializar a nossa produção de trigo desse ano ainda – afirma.

Segundo Murate, há preocupações quanto à capacidade de atendimento do Porto de Paranaguá (PR) quando iniciar a colheita da safra de verão. A perspectiva é de que a situação fique conturbada em meio à comercialização das demais culturas e do trigo.

Previsão de redução na safra

Para a próxima safra de trigo, por conta das dificuldades encontradas no mercado, há perspectiva de redução na área plantada. De acordo com Murate, a situação difícil faz com que os produtores optem pelo plantio de milho ao invés do trigo no inverno.

– Isso é muito ruim, não só na questão da cultura do trigo, mas agronomicamente, porque o trigo é uma cultura importante para os produtores na questão da diversificação – declara.

Para Murate, os produtores estão bastante desestimulados no plantio do trigo nos últimos dois anos, o que poderia ocasionar uma futura extinção da cultura do trigo no Estado.

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