O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, divulgou nesta terça, dia 10, os preços mínimos do trigo que está sendo cultivado na safra 2015/2016. Para a região Sul, maior produtora do cereal, o preço mínimo do trigo pão tipo 1 sobe de R$ 34,98 a saca de 60 quilos para R$ 38,65/saca.
No Sudeste, o valor, que na temporada passada era de R$ 38,40/saca, passa para R$ 42,53/saca; e no Centro-Oeste e na Bahia, de R$ 38,49/saca para R$ 44,26/saca.
O secretário também informou os valores mínimos de garantia para o café, cuja safra 2016/2017 começa a ser colhida. Para o café arábica, o preço mínimo sobe de R$ 307 para R$ 330,24 a saca; para o conilon, de R$ 193,54 para R$ 208,19 a saca.
Segundo Nassar, o reajuste do preço mínimo, referência para políticas públicas de apoio à produção, é uma sinalização para os produtores. “Não enxergamos que esse aumento vai representar [necessidade de] atuação do governo. No café, definitivamente não vai ter atuação. Para o trigo, o aumento foi bom para os produtores, reflete basicamente os custos”, explicou o secretário. Ele argumentou ainda que esses são preços mínimos que garantem uma renda para o produtor no cenário de custo variável atual.
Mercado
A demanda por farelo de trigo tem aumentado nas últimas semanas, impulsionando as negociações envolvendo o derivado em todas as regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Esse cenário está atrelado ao elevado preço do milho, concorrente no uso para ração animal.
Moinhos, no entanto, vêm trabalhando em ritmo mais lento, o que resulta em menor oferta do farelo. Alguns agentes consultados pelo Cepea já afirmam que a disponibilidade de farelo no mercado interno não tem sido suficiente para atender toda a demanda.
Quanto ao trigo em grão, as negociações seguem lentas, com compras sendo realizadas de forma pontual por parte de moinhos. Mesmo com a baixa demanda pelo cereal, produtores que ainda detêm trigo de boa qualidade estão firmes em seus preços.
Por outro lado, colaboradores do Cepea comentam que verificam maior demanda pelo trigo de menor qualidade, justamente com a finalidade de substituir parte do milho usado na formulação de ração animal.