O estudo que avaliou os impactos do câmbio no agronegócio mostra que, de dezembro de 2008 a setembro deste ano, o real teve uma valorização de 32% em relação à moeda norte-americana.
Na soja, a rentabilidade caiu 24,2% no período. O estudo aponta que se o grão fosse exportado com o dólar de dezembro de 2008, o agricultor receberia cerca de R$ 50 pela saca. Já em setembro deste ano, o valor recebido caiu para R$ 37.
O levantamento mostra ainda que os produtores de milho e café também perderam dinheiro com a queda do dólar. Por outro lado, quem produziu algodão, açúcar e suco de laranja ainda conseguiu manter a rentabilidade porque os preços internacionais em dólar estavam mais elevados. Porém, de acordo com a Sociedade Rural, o câmbio desfavorável não traz problemas só para a renda do agricultor.
O mais preocupante, segundo a SRB, é que o câmbio vai continuar a ter efeitos negativos para o agronegócio também em 2010. A entidade estima que o dólar permaneça nos patamares atuais e, para piorar, o preço da principal commodity exportada pelo Brasil, a soja, deve cair.
A Sociedade Rural Brasileira informou que vai levar a situação ao governo federal na próxima semana e pedir providências. Segundo a entidade, o câmbio ideal para o setor seria de R$ 2. A instituição afirma que a cobrança de 2% de IOF sobre o investimento estrangeiro não é suficiente. O secretário de Agricultura de São Paulo defende maior redução da taxa de juros para conter a entrada de capital estrangeiro no país.