Desde 2006 o país vinha registrando queda nesse indicador, mas “a relativa estabilidade na ocupação em 2009 e o forte aumento entre os desocupados provocaram o crescimento da taxa de desocupação no país”, segundo Cimar Azeredo, gerente de integração da Pnad/Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
Do total de 101,1 milhões de brasileiros (com 10 anos ou mais) ? considerados pelo IBGE como grupo que integra a força de trabalho do país (somando ocupados e desocupados que buscam um lugar no mercado de trabalho) ? quase 92% estavam trabalhando em 2009, ou seja, 92,7 milhões de pessoas (0,3% de ocupados a mais do que em 2008). Para Azeredo, o cenário revelado pela Pnad mostra os efeitos da crise mundial de 2008 sobre o mercado de trabalho brasileiro.
? Assim como vinha sendo registrado pela PME, a crise mundial funciona, segundo a Pnad, como efeito inibidor ? disse.
? A Pnad mostra crescimento tímido da população ocupada [0,3%], uma população em idade ativa crescendo acima de 1% e não há o crescimento da população ocupada para atender a essa demanda, com isso a desocupação tende a aumentar e aumenta quase 20%. Não conseguimos gerar postos de trabalho suficientes para atender à demanda, ao crescimento vegetativo ? avaliou o gerente do IBGE.
Cimar Azeredo afirmou que, ainda assim, o resultado da Pnad revela que o Brasil foi um dos países menos afetados pela crise.
? Todos os indicadores de qualidade de emprego e até indicadores de condições de vida apontam os dados da Pnad 2009 como resultados positivos, principalmente quando faz comparação internacional, focando o mercado de trabalho ? disse.
? Se analisarmos as oito maiores economias do mundo, veremos o registro de que estamos diante da menor variação de taxa de desocupação. A taxa no Brasil foi a que menos aumentou comparada à desses outros países [como a dos Estados Unidos, que aumentou de 5,8% para 9,3%, e a França, que subiu de 7,4% para 9,1%] ? destacou.
O menor aumento no nível de ocupação foi registrado entre os jovens, que também representaram a faixa etária com maior participação na taxa de desocupação. Do total de pessoas desocupadas em 2009, 42,2% tinham entre 16 e 24 anos de idade.
? Ainda que a escolaridade no país venha subindo, há exigências do mercado de trabalho que são fundamentais para que você consiga galgar, nessa fila de desocupação tão grande, um posicionamento maior, e aí o jovem fica sempre atrás, já que qualificação, empreendedorismo e experiência são qualidades fundamentais ? avaliou Cimar Azeredo.
O número de pessoas desocupadas também aumentou em todas as regiões do país, com taxas maiores no Nordeste e Sudeste, que registraram nível de desocupação de 8,9% da população. A Região Sul apresentou a menor taxa (6%).