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Trigo

Trigo: em julho, Brasil importou 9% menos em comparação ao mesmo período de 2019

A maior parte do volume adquirido no mês pela indústria moageira nacional, ou 409,95 mil toneladas, veio da Argentina

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Foto: Daniel Popov

O Brasil importou 509,1 mil toneladas de trigo em julho, com desembolso de US$ 114,18 milhões (preços FOB), de acordo com dados do Agrostat – sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro – disponibilizados na sexta-feira, 14.

A maior parte do volume adquirido no mês pela indústria moageira nacional, ou 409,95 mil toneladas, veio da Argentina. Na comparação com o montante adquirido pelo país em igual mês de 2019, de 558,31 mil toneladas, o volume foi 9% menor. Na mesma linha, a despesa recuou 11% em relação aos US$ 127,81 milhões gastos em julho do ano passado.

O preço médio do trigo importado ficou 2% abaixo, passando de US$ 228,93 por tonelada em julho de 2019 para US$ 224,27 por tonelada no último mês, ainda que neste ano a valorização do dólar ante o real no período pese mais. Nos primeiros sete meses do ano, moinhos brasileiros compraram 3,992 milhões de toneladas de cereal do exterior, 2,6% mais que em igual período do ano passado.

Contudo, o valor desembolsado com a importação do produto foi 5,7% inferior, no total de US$ 852,6 milhões. Em ambos os anos, o cereal argentino predominou entre as origens. O destaque na comparação entre o acumulado deste ano com 2019 são os embarques vindos dos Estados Unidos, que mais que dobraram no período.

De janeiro a julho deste ano, a indústria moageira importou 239,6 mil toneladas de trigo norte-americano – volume 133% acima do reportado nos primeiros sete meses de 2019. Analistas de mercado apontam dois motivos como os principais fatores para essa alta acentuada: a adoção da cota que isenta tarifa de 10% sobre 750 mil toneladas por ano de trigo importado de países de fora do Mercosul e pelo aperto na oferta doméstica e argentina – tradicional fornecedor do país.

Ainda não está contabilizada nesses dados a comercialização recente entre os dois países. Somente nesta semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 63,3 mil toneladas da safra 2020/21 foram vendidas ao Brasil. No acumulado do ano a exportação do cereal norte-americano ao país soma 483,1 mil toneladas, de acordo com os dados do USDA.

O governo norte-americano estima que o Brasil deve importar 6,6 milhões de toneladas na safra 2020/21 – considerando-se todas as origens adquiridas. Em julho, moinhos brasileiros também adquiriram 70 mil toneladas de trigo russo. Segundo a consultoria russa de pesquisa agrícola SovEcon, foram dois carregamentos de 35 mil toneladas. A consultoria estima que o Brasil importe 120 mil toneladas de trigo russo na temporada 2020/21, ante 90 mil toneladas reportadas no ciclo 2019/20.

A Rússia passou a vender o cereal para países da América do Sul na temporada 2019/20, após revisão de procedimentos fitossanitários. O cereal russo também é beneficiado pela cota de isenção de Tarifa Externa Comum sobre trigo adquirido de países de fora do Mercosul. Tanto o cereal russo quanto o norte-americano são utilizados pela indústria moageira para mescla da farinha de panificação pelo teor de proteína acima do trigo argentino e doméstico. As compras dessas origens ocorrem sazonalmente neste período, em virtude da entressafra argentina.

Mercado interno

A comercialização de trigo no mercado físico evolui pouco e os preços continuam firmes. Nesta semana, tanto os negócios no spot quanto aqueles envolvendo lotes da próxima safra foram pontuais, segundo relatos de operadores. Na região de Campos Gerais, no Paraná, o preço médio do lote ficou em média em R$ 1.150 a tonelada para entrega em setembro. No Rio Grande do Sul, as cotações do cereal oscilam entre R$ 980 e R$ 1.000 a tonelada para lote colocado no porto de Rio Grande em dezembro.

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