O número é 78,4% maior – ou quase R$ 20 a mais – do que o valor praticado no mercado gaúcho pelo grão, que em fevereiro foi de R$ 25,19 a saca. Nos 12 meses analisados pelo estudo, fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015, o preço do trigo despencou 23%. Para compensar os baixos preços com aumento de produtividade, o produtor teria de colher 74, em vez de 41 sacas por hectare, a média do IBGE.
Ao contrário das cotações do trigo, os custos de produção só aumentam. Eles subiram de R$ 1.754,98 para R$ 1.842,97 no período (alta de 5%), conforme o relatório, com base em levantamentos do Projeto Campo Futuro, iniciativa da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), em parceria com o Cepea/Esalq da USP. O preço mínimo em vigor pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de R$ 33,45 por saco, cobre apenas 74,4% do desembolso apurado pela Farsul.
– A situação, que já é extremamente difícil, deve ficar ainda mais dura para o produtor nos próximos meses – lamenta Antonio da Luz, economista do Sistema Farsul.
Segundo ele, o aumento da taxa de câmbio em março deve impactar diretamente no bolso do agricultor ao tornar mais caros fertilizantes e defensivos agrícolas. Principais itens do custo operacional de produção, os fertilizantes, herbicidas, inseticidas e fungicidas aumentaram 5,5%. Mão de obra e combustíveis tiveram aumento de 9% e 13%, respectivamente. O frete, por sua vez, sofreu elevação de 13%.
O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, entregou a Nota Técnica à Secretaria de Polícia Agrícola do Mapa.