Há quase 50 anos, a família do produtor rural Armando Yoshiura, de Bauru, no interior do Estado, planta abacaxi. Na área, há 800 mil pés da variedade smooth cayenne, conhecida como abacaxi havaí. O tratamento da lavoura foi rigoroso, mas nesta safra, a família calcula que vai perder de duas a três mil frutas por causa da fusariose. O fungo deixa a casca com manchas e a fruta não pode ser consumida. O produtor diz que perde de 4% a 5% da produção por causa da doença.
Os pesquisadores do instituto vêm desde 1991 trabalhando no melhoramento genético da fruta. Foi assim que eles chegaram na nova variedade, apelidada de IAC Fantástico. Além de ser resistente à fusariose, esse abacaxi tem outras vantagens em relação às variedades mais plantadas no Brasil ? a pérola e a havaí ? diferenciais que devem ser percebidos não só pelo produtor, mas também pelo consumidor.
As folhas só têm espinhos nas pontas, o que facilita o manejo na plantação. A nova variedade é bem mais amarela que as comuns, por fora e por dentro. Além disso, o sabor é bastante doce e quase não tem acidez, fatores que podem atrair, por exemplo, os compradores europeus. Pelo menos é o que espera o presidente da Associação de Produtores de Abacaxi de Guaraçaí, Shoji Korin. O município é o que mais produz abacaxi em São Paulo.
Tantas vantagens custam dinheiro. O produtor Armando Yoshura já testou o IAC Fantástico. Ele pagou R$ 0,75 pela muda, quase R$ 0,40 a mais que as mudas de Havaí, e diz que não teve sucesso neste primeiro ano porque errou no manejo. Das cinco mil mudas que plantou, três mil não se desenvolveram. Mesmo assim, na próxima safra, ele quer repetir a experiência.
? Vou ver como vai ser a reação da planta e ver se aproveito muda dela pra aproveitar aumentar o plantio desta variedade. Como é uma variedade nova pode ser que dê um resultado melhor ? avalia o produtor rural.