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TRAGÉDIA

Um mês após ciclone que matou 51 pessoas, RS ainda conta prejuízos no campo

O ciclone atingiu cerca de 3 mil propriedades rurais, a maioria delas dedicada à produção de leite e cultivos de grãos

novo ciclone
Foto: Ilustração/NASA

Um mês após da passagem do ciclone que provocou enchentes no Vale do Rio Taquari, no Rio Grande do Sul, no início de setembro, as perdas ainda não foram contabilizadas.

A Defesa Civil do RS informou que 51 pessoas morreram em consequência do ciclone.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) está trabalhando para avaliar os prejuízos, mas os resultados só devem ser conhecidos nos próximos meses.

A enchente atingiu cerca de 3 mil propriedades rurais, a maioria delas dedicada à produção de leite e cultivos de grãos.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Além disso, os setores de aves, suínos e indústria também enfrentaram perdas significativas.

O fator emocional também desempenha um papel importante nessa tragédia, já que muitos moradores perderam familiares e enfrentam um período de grande incerteza.

Cristiano Laste, gerente regional da Emater em Lajeado-RS, destacou a importância de se reorganizar e buscar a recuperação das atividades: “Agora é momento de reorganização, retomar as atividades e ver o que é mais necessário e urgente em cada setor. Devemos buscar o desenvolvimento de cada município em conjunto com órgãos e entidades para que os produtores não desistam.”

Os resultados do levantamento sobre as perdas só devem ser conhecidos nos próximos meses, à medida que os prejuízos começarem a se manifestar de maneira mais clara.

No caso da produção de leite, por exemplo, as vacas que ficaram submersas enfrentam o risco de desenvolver doenças, o que afetaria a produção.

Além disso, a perda de máquinas, galpões e estruturas terá um impacto significativo nos resultados financeiros.

Na propriedade de Lourenço Caneppele, localizada em Roca Sales, a recuperação está em andamento, mas é um processo gradual. Caneppele mencionou: “Estamos organizando o maquinário para começar a trabalhar. Já adquirimos uma nova área para reconstruir a sede da propriedade e os galpões de suínos. Estamos na expectativa de que o governo libere mais crédito, pois a reserva que tínhamos foi toda utilizada para reparar o maquinário.”

Neste momento difícil, a solidariedade tem feito a diferença.

Produtores do Paraná enviaram um carregamento de feno e pré-secado, e mais ajuda está a caminho. Além disso, está ocorrendo uma reorganização do sistema de troca de sementes para aqueles que perderam suas plantações, como o milho.

A doação de máquinas e até de animais também tem sido uma realidade, oferecendo esperança aos afetados.

O apoio mútuo demonstra que, apesar dos desafios, as famílias afetadas não estão sozinhas nesta jornada de recuperação.

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