União Brasileira de Avicultura recomenda reduzir produção de frangos em 20%

Aumento das vendas externas deve cair de 12% (2008) para 5% (2009)Depois de um dezembro gordo por causa do Natal, o primeiro trimestre de 2009 será de ajuste para o setor avícola brasileiro. Ariel Mendes, presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), recomenda redução de 20% na produção de aves no país para adequar a oferta à demanda no próximo ano.

Por conta do período de férias, pagamento de impostos como IPTU e IPVA, e matrículas escolares, tradicionalmente, o consumo de frango cai nos primeiros meses do ano.

? A tendência é que a partir de abril, maio, a situação comece a se reverter ? acredita Mendes, que esteve em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no início da semana para acertar detalhes do 21º Congresso Brasileiro de Avicultura, que ocorrerá em maio, na Capital.

A estimativa da UBA é fechar o ano com uma produção de 11 milhões de toneladas de frango. Devido à crise internacional, o cenário para 2009 pode se agravar com a redução das exportações. Após crescimento de 12% no envio de carne de frango para o Exterior em 2008 ? com 3,7 milhões de toneladas exportadas no ano ?, a estimativa para 2009 é de aumento de 5% nas vendas para fora do país.

A destruição provocada pela chuva em Santa Catarina também afetou o setor, que concentrava no porto de Itajaí 45% das exportações de todo o país. Só em novembro, 90 mil toneladas deixaram de ser enviadas ao Exterior na comparação com outubro. Desse volume, cerca de 50 mil toneladas não foram exportadas pelo fechamento temporário do porto de Itajaí. Atualmente, as cargas já estão sendo redirecionadas para os portos de Rio Grande, São Francisco do Sul (SC), Paranaguá (PR) e Santos (SP).

Outra dificuldade, revela Mendes, tem sido a falta de crédito. Como as empresas nacionais de abate de aves eram financiadas por bancos estrangeiros, diante da crise internacional, a busca por dinheiro foi direcionada às instituições nacionais, que cobram juros maiores. Para diminuir o impacto da mudança de financiador, a UBA pede ao governo a criação de linhas de crédito específicas para o setor avícola. Está sob a apreciação do governo, ainda, a ampliação de linhas de custeio de R$ 24 mil para R$ 50 mil.

Apesar das dificuldades, o presidente não acredita em queda no consumo de frango no mercado interno ao longo de 2009. Em situações de crise econômica, segundo ele, as vendas de frango sempre acabam aumentando.